A tuberculose é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, conhecida como bacilo de Koch. A doença afeta principalmente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas. Com um alto grau de transmissibilidade e necessidade de tratamento contínuo, a doença afeta principalmente a população em situação de grave vulnerabilidade social, como indígenas, pessoas privadas de liberdade e em situação de rua.
“Não diagnosticar um paciente com tuberculose quer dizer que essa pessoa continuará transmitindo para outras e que ela não vai se curar. Seu quadro irá piorar e ela vai voltar para o serviço de saúde com a doença mais avançada”, adiciona Andrade.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o déficit de investimento para pesquisa em tuberculose é de cerca de US$ 2 bilhões ao ano. “Nós não vamos conseguir enfrentar uma das doenças mais antigas da humanidade – e que continua matando de forma inadvertida – sem uma vacina eficaz. A tuberculose é uma doença incapacitante e relacionada à pobreza, e talvez por isso não é tão visibilizada. É uma doença que se não for diagnosticada de forma adequada, e de forma correta, pode evoluir a óbito”, frisa o pesquisador.
Os resultados obtidos no estudo foram apresentados ao Ministério da Saúde e são importantes para a análise da efetividade da implementação de novas tecnologias no SUS, além de ajudar a elaborar políticas de controle e vigilância para a tuberculose. “O SUS foi minha formação. Eu venho da universidade pública, fiz meu mestrado e doutorado lá. Então dar essa devolutiva para o Ministério da Saúde foi importante para indicar que, mesmo sendo uma estratégia cara, o resultado está aí, mostrando o quanto a incorporação de uma tecnologia impacta a assistência do paciente com tuberculose”, afirma.
Atualmente, o Brasil possui o Plano Brasil Livre da Tuberculose, publicado em 2017 e republicado em 2021, e centrado em três pilares: prevenção e cuidado integrado e centrado na pessoa; políticas arrojadas e sistema de apoio; intensificação da pesquisa e inovação. O plano tem como meta a redução de 90% do coeficiente de incidência da doença e uma redução de 95% no número de mortes por ela no País até 2035.
Os dados utilizados na matéria fazem parte da tese de doutorado de Kleydson Andrade, Impacto da implantação do teste rápido molecular para a tuberculose no Brasil, realizada sob orientação de Eliseu Alves Waldman.
Mais informações: e-mail andrade.kleydson@gmail.com, com Kleydson Andrade