A terapia gênica é um tratamento no qual pacientes que apresentam alterações genéticas recebem cópias funcionais desses genes, restabelecendo assim a sua função. Essa abordagem está sendo utilizada pelo grupo de Bryan Strauss, da Faculdade de Medicina da USP e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, para tratar em camundongos alguns tipos de câncer como o melanoma.
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Imunoterapia combinada
O grupo desenhou uma estratégia para “acordar” uma proteína chamada p53, uma molécula que normalmente inibe a formação de tumores, mas que nas células de melanoma se encontra inativada.
“Melanoma tem uma tendência de manter p53 na forma selvagem. Não tem nada errado com p53 em si, mas o controle da atividade de p53 é perdido”, explica Bryan. “As outras proteínas que são necessárias para ajudar p53 a agir estão faltando”.
Duas dessas proteínas foram restauradas nas células tumorais através da terapia gênica. A primeira delas, chamada p19Arf, induz a morte das células do tumor. A segunda, denominada interferon beta, ativa a resposta imunológica do organismo. Os resultados do grupo mostram que a combinação dos dois genes no tratamento produz um efeito sinérgico. “Quando a gente trata com só p19Arf ou só interferon beta vemos um certo nível de morte celular. Mas quando [a gente] combina essas duas proteínas na terapia, esse nível de morte aumenta bastante”, explica Bryan.
Células humanas e cães com tumor
A imunoterapia combinada induziu uma resposta sistêmica contra tumores em camundongos. O desafio, agora, é testar a terapia em células humanas, que chegam de pacientes “com toda a heterogeneidade do tumor e entre um paciente e outro”, conta Bryan. O grupo também tem interesse em explorar outros modelos animais, como cães. Neste caso, o objetivo é tratar animais identificados com melanoma, já que o protocolo clínico é semelhante com o caso humano.
Leia mais sobre a pesquisa do grupo aqui.