O próximo passo dos cientistas foi comprovar o efeito do adjuvante por meio de co-culturas em laboratório, com células B isoladas e junto com os megacariócitos e a TPO, além de um arranjo onde a célula B e o megacariócito estavam separados por uma barreira física. “A ideia era mostrar se o contato era importante para gerar uma resposta de anticorpos duradoura”, descreve o pesquisador.
Havia uma dúvida sobre a resposta longa ter a ver com a Interleucina 6 (IL6) e APRIL, duas proteínas que podem ser produzidas pelos megacariócitos e que regulam a resposta imune. “Quando eram colocadas células B junto com megacariócitos ativados com TPO, a resposta imune aumentava bastante, só que se você separasse fisicamente, ela diminuía, mostrando que de fato você precisa do contato”, destaca Nakaya. “Ao serem introduzidos anticorpos anti-IL6 e anti-APRIL, essa resposta não é afetada, indicando que essa resposta não tinha a ver com essas proteínas”.
“Esse resultado foi validado em seres humanos pegando células da medula óssea, tanto células B quanto megacariócitos, mostrando que quando você adiciona TPO, os níveis de resposta também aumentam”, acrescenta o pesquisador. O artigo é resultado de mais de dez anos de pesquisas do grupo liderado pelo professor Bali Pulendran, da Universidade de Stanford (Estados Unidos), com o qual Nakaya tem colaborado desde o pós-doutorado, com estudos na FCF e no Hospital Israelita Albert Einstein.
O artigo System vaccinology analysis of predictors and mechanisms of antibody response durability to multiple vaccines in humans pode ser lido neste link.
Mais informações: hnakaya@usp.br, com Helder Nakaya