Com a pandemia do novo coronavírus, muitas mudanças ocorreram no cotidiano de toda a população. Para evitar o contágio, os hábitos de higiene foram ampliados, as pessoas começaram a usar máscaras e a praticar o isolamento social. Entretanto, o receio de contrair a covid-19 também fez com que os indivíduos deixassem de buscar ajuda médica mesmo quando necessário.
Os hospitais de São Paulo, por exemplo, registram queda de 70% em atendimentos cardiológicos desde o início da pandemia. O que preocupa autoridades brasileiras, já que a morte em decorrência de infarto aumentou oito vezes em Nova York, EUA, agora na pandemia, em relação ao mesmo período em 2019. Além das doenças cardíacas, existem diversas outras que podem oferecer riscos se negligenciadas durante a quarentena.
O professor Amaury Lelis Dal Fabbro, chefe do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, explica que, além das ocorrências cardiológicas, os sintomas de acidente vascular cerebral; doenças infecciosas agudas, como a dengue, e também o descontrole de problema crônicos, como a hipertensão e diabete, oferecem graves riscos se ignorados durante o período de isolamento social.
Dal Fabbro também chama a atenção para o perigo que a diminuição de doadores de sangue representa e afirma que o procedimento é extremamente seguro, mesmo na quarentena. “Todos os materiais são descartáveis, não há acúmulo de pessoas no local e os funcionários estão sempre protegidos. As pessoas que quiserem doar sangue podem fazer isso com a maior tranquilidade.”
Ouça a entrevista completa do professor Amaury Lelis Dal Fabbro ao Jornal da USP no Ar – Edição Regional no player acima.