Em julho, o Uruguai dará início à venda legal de maconha para fins recreativos nas farmácias do país. Um baixo número de estabelecimentos estará envolvido — precisamente, 50 das 1,2 mil drogarias do país. A quantidade restrita se deve ao receio das instituições em ligar seu nome à venda da cannabis recreativa e à insegurança dos farmacêuticos em se indispor com narcotraficantes da região.
Apesar da legalização do comércio, o preconceito ainda existe no país. Mesmo com todo o esquema montado pelo governo para controlar as quantidades comercializadas e seus consumidores, muitos cidadãos não aceitam que a droga seja vendida nem por vias legais.
Outro fato relevante é o aumento da violência derivada do narcotráfico nos último anos. Além disso, não houve uma queda relevante no comércio ilegal de cannabis após a descriminalização da droga.
Contra-argumentando, cientistas sociais especializados no assunto comentam que o país necessita de tempo para obter resultados relevantes no aspecto da descriminalização.
No começo de maio, movimentos de todo o Brasil irão às ruas lutar pela legalização da cannabis, nas populares Marchas da Maconha. Seria então a descriminalização da droga a solução dos problemas?
Para debater o assunto, a Rádio USP conversou com o professor Henrique Carneiro, coordenador do Laboratório de Estudos Históricos das Drogas e da Alimentação (LEHDA) da USP. Ouça acima o áudio da entrevista: