A reunião entre Mercosul e União Europeia está marcada para dia 18. O acordo entre os blocos vem sendo debatido há quase 20 anos e foi convocado pelo Uruguai, presidente temporário do grupo. O Jornal da USP no Ar conversou com o professor Amâncio Jorge Silva, do Instituto de Relações Internacionais da USP, sobre as os aspectos que favorecem e desfavorecem o fechamento do acordo e os benefícios para o Brasil.
O especialista explica que o desinteresse da União Europeia no acordo Transatlântico com os Estados Unidos pode ser um ponto positivo para o fechamento com o Mercosul, já que buscará compensar ao realizar outras parcerias. Porém, a situação interna da União Europeia, com a possível saída do Reino Unido, a crise econômica da Argentina e a situação eleitoral no Brasil, podem ser empecilhos para o fechamento do acordo.

Silva ainda comenta que não é possível cravar que uma decisão será tomada na próxima reunião, apesar das expectativas. Para que isso aconteça, é necessário que ambos os blocos cedam em determinados aspectos, pois o Brasil deseja aumentar as cotas dos produtos essenciais, como álcool, carne e açúcar, e a União Européia também tem seus interesses quanto ao setor automobilístico. Quanto à aliança tarifária entre EUA e União Europeia, o especialista afirma que um acordo não exclui o outro.
Sobre os benefícios ao Brasil, segundo o professor, o acordo com a União Europeia significa uma ampliação de exportações, sobretudo de bens primários. Isso causaria o aumento de empregos e investimentos, pois seria um grande acordo bilateral que o país ainda não possui, ou seja, a saída do Brasil da defensiva quanto à área de política comercial.
Jornal da USP no Ar, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93,7, em Ribeirão Preto FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular. Você pode ouvir a entrevista completa no player acima. |
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