O Simpósio Brasileiro de Segurança da Informação e de Sistemas Computacionais (SBSeg) é um evento científico promovido anualmente pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Ele é o maior evento acadêmico brasileiro na área e representa o principal fórum do País para divulgação de resultados de pesquisas, debates, intercâmbio de ideias e atividades relevantes ligadas à segurança da informação e de sistemas computacionais, integrando a comunidade brasileira de pesquisadores e profissionais atuantes nessa área.
O evento ocorre anualmente desde 2001 e pela primeira vez será realizado na USP, na próxima semana, sob a responsabilidade do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade. “Uma forma de roubar senhas, que levava um ano, hoje leva umas poucas horas”, afirma o professor Daniel Macedo Batista, do Departamento de Ciência da Computação do IME ao Jornal da USP no Ar. Ele diz que o rápido desenvolvimento das tecnologias computacionais e de rede gera uma contradição. Isso ocasiona uma constante necessidade de aprimorar os mecanismos de segurança de informação.
O cientista da computação explica que o evento tem dois grandes destaques. Um hackathon, no qual os participantes precisarão utilizar blockchain para criar aplicações. “O necessário para criar uma boa solução é usar métodos de segurança, que já existem há algum tempo, da melhor maneira possível”, argumenta. Segundo o especialista, por questões de marketing a maneira correta de desenvolvimento é deixada em segundo plano, ocasionando brechas. “Não é apenas usar blockchain, é usar da forma correta. O uso incorreto vende uma sensação de proteção, mas deixa o cliente desprotegido”, declara.
O blockchain é um sistema de criptografia em cadeia. Isto é, uma máquina transmite uma série de informações a outro computador, de maneira que esses dados sejam protegidos por um código. Isso acontece sequencialmente, gerando uma forma pública, compartilhada e universal de fazer diversos tipos de transação. Assim, há a criação de um consenso e confiança na comunicação direta entre duas partes, ou seja, sem o intermédio de terceiros. O método também é chamado de o protocolo de segurança.
O outro destaque do evento é a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018). O professor explica que a segurança das informações individuais é outro dos desafios da contemporaneidade e da era da informação. As pessoas muitas vezes não sabem o que fazem com os seus registros que deixam no comércio. “Um exemplo bom são as farmácias. Quando você compra um remédio, deixa o CPF com a atendente. O que fazem com isso?” questiona. De acordo com Batista, o problema parece simples, mas deixa muitos pesquisadores perplexos.
O Simpósio Brasileiro de Segurança da Informação e de Sistemas Computacionais propõe um debate para propor essas soluções, seja no meio público ou no privado. “Quem sabe surja alguma startup no encontro”, provoca o entrevistado. Embora o evento seja sumariamente focado nos especialistas, especialmente nos dias de apresentação de artigos, temas como a Lei Geral de Proteção de Dados são de interesse público. Para mais informações sobre o simpósio e o hackathon, acesse esse site.
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