Preocupados com o exagero na quantidade de solicitações de exames, um grupo de médicos e enfermeiras do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), com assessoria da Faculdade de Direito (FD) da USP, vem implementando, desde 2012, o programa Diagnóstico Amigo da Criança. Para saber mais sobre a iniciativa, o Jornal da USP no Ar conversou com Magda Carneiro Sampaio, professora do Departamento de Pediatria da FMUSP e presidente do Conselho Diretor do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da FMUSP.
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O objetivo do programa é reduzir o impacto negativo do diagnóstico, principalmente nas crianças de baixa idade, conta a especialista. Ele se baseia em três intervenções: diminuir o volume de sangue coletado para análises, menor exposição ao raio X e redução das indicações de anestesia geral para realização de exames. O estudo passou a incluir também os adolescentes, porém com uma diferente abordagem, capaz de informar ao jovem sobre os acontecimentos, incluí-lo na discussão e focar nas demandas da idade quanto aos exames.
Magda explica que a iniciativa também busca recuperar a importância da anamnese – conversa com o paciente e, nesse caso, com os pais – e do exame físico para afastar ou confirmar a hipótese diagnóstica. Sem essa avaliação clínica, o diagnóstico pode ser prejudicado e os gastos da medicina aumentam por conta da realização de exames desnecessários. A pediatra afirma que é direito dos pais questionar a necessidade dos procedimentos, prática que se torna cada vez mais comum. A ideia não é extinguir os exames, mas utilizá-los quando necessário, completa a professora.