Diversas preocupações sobre a saúde do bebê cercam o período de gestação. A malformação do feto pode gerar complicações que levam ao óbito, e as cardiopatias congênitas são um dos problemas mais frequentes. Esses defeitos anatômicos que acometem o coração ou os grandes vasos associados ao órgão, se não forem submetidos à cirurgia, matam todo ano aproximadamente 12.500 crianças antes de completarem um ano de vida, e 23 mil ao longo da primeira infância e adolescência.
Para alertar a população sobre os perigos da doença e possíveis precauções a serem tomadas, o Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) comemora, neste dia 12 de junho, o Dia da Conscientização da Cardiopatia Congênita. A solução que dá maiores chances à criança de sobreviver já está determinada: diagnosticar a doença ainda durante o pré-natal.
Uma vez que a cardiopatia congênita é diagnosticada ainda na gravidez, existe a possibilidade de se encaminhar a gestante para um centro de referência. Assim, o bebê pode ter um tratamento adequado com cardiopatas específicos logo quando nasce, o que faz toda a diferença, disse ao Jornal da USP no Ar a cardiopediatra Estela Azeca, da Unidade Clínica de Cardiopatia Pediátrica do InCor.
A especialista conta que uma das dificuldades do diagnóstico é a necessidade de se fazer um exame de ultrassom especificamente direcionado para analisar a formação do coração, e infelizmente poucos centros possuem especialistas e equipamento apropriado para realizá-lo. Nos casos em que não se percebe a doença antes do nascimento, o acompanhamento com um pediatra é imprescindível para que ele note os sintomas o quanto antes e encaminhe o caso para um especialista.
Existem alertas que as próprias mães podem reparar para colaborar com o diagnóstico, conta Estela. Se o bebê logo nos primeiros dias em casa demonstrar cansaço, dificuldade de mamar, ou até mesmo “ficar roxinho” quando chorar, são indícios da existência de cardiopatia. Ela ainda pontua que, durante a gravidez, se a mãe contrair alguma infecção no primeiro trimestre – período no qual ocorre a formação do feto -, fizer uso de alguma medicação, ou tiver doenças crônicas como lupus e diabete, há um risco maior de malformação do coração.
Se for realizado um bom pré-natal e o diagnóstico for feito prontamente, as intervenções podem ser realizadas com resultados muito favoráveis, explica a cardiopediatra. “Na grande maioria dos casos, se realizada uma correção cirúrgica, o prognóstico da criança pode ser alterado e ela poderá chegar à vida adulta vivendo normalmente”, conclui.
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