O gasto por aluno na educação básica triplicou no Brasil desde o ano 2000, quando foram investidos R$ 2 mil por aluno/ano. Em 2015, o investimento foi de R$ 6 mil por aluno/ano. Em relação ao PIB, o Produto Interno Bruto, que é a soma de toda riqueza produzida no Brasil, o investimento em educação é de 6,5%. São poucos os países que, proporcionalmente, em relação ao PIB, investem mais do que o Brasil.

Os gastos são expressivos, mas os resultados são preocupantes. Para se ter uma ideia, o aumento de 1% nos gastos representa melhoria de apenas 0,14% no resultado do IDEB, que é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e mede o desempenho do aluno através de avaliações. A meta é que o Brasil atinja em 2022 a nota 6 no IDEB, correspondente aos países do primeiro mundo. Hoje está em 4,7.
O volume de recursos aplicados na educação e sua relação com a qualidade do ensino fez parte das discussões dos mecanismos de financiamento para estimular a eficiência e a qualidade.
O professor Luiz Guilherme Scorzafave, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, participou no mês passado de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, que discute a renovação do FUNDEB, o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica. As regras atuais do FUNDEB vão até dezembro de 2020. A renovação passa a vigorar em 2021.
O professor explica que uma das razões pelas quais os investimentos em educação básica nos últimos anos cresceram e a qualidade do ensino continua a desejar é porque os recursos foram usados de maneira ineficiente.
O professor defende que uma parte dos recursos aplicados na educação básica seja atrelada ao compromisso com resultados. Se no IDEB uma escola melhora seu desempenho, ganha mais recursos.
Ouça a entrevista no link acima.