A região Norte do Brasil registrou, em 2017, 194 mil novos casos de malária. É um crescimento de 50%, observado após sete anos de queda nos números da doença. A situação coloca a região em alerta. Segundo Pablo Secato Fontoura, biomédico, mestre pelo Instituto de Medicina Tropical de São Paulo e doutor pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP, esse aumento representa uma ameaça ao plano de eliminação da malária no País, assumido pelo governo em 2015.
O pesquisador avalia que a descontinuidade das ações do programa de erradicação da doença pode justificar esse crescimento. Muitos municípios arcaram com a responsabilidade, mas não conseguiram manter as condições necessárias para a realização do plano. Além disso, com a queda nos números de casos observada na última década, houve afrouxamento da vigilância.
Fontoura realiza, desde 2009, pesquisas relacionadas à malária no norte do País e atua em um projeto no Acre, que visa a desenvolver estratégias para a reversão desse quadro. Os objetivos buscados são a redução da densidade vetorial do mosquito, pelo uso de larvicidas em áreas de risco, e a eliminação do pernilongo adulto. Paralelamente, há um esforço para que o diagnóstico e o tratamento dos afetados se dê precocemente, interrompendo, assim, o ciclo transmissor.
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