Estudos concluem que fosfoetalonamina não é eficiente contra o câncer

Dos dez tipos de câncer pesquisados, a substância mostrou alguma resposta positiva somente sobre o melanoma

 28/04/2017 - Publicado há 8 anos
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Após a realização de estudos, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) chegou à conclusão de que a fosfoetalonamina não é eficiente para combater a doença, como confirmou, em entrevista à Rádio USP, o professor titular de Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, RogerChammas, presidente do Conselho Diretor do Icesp. De acordo com ele, os estudos clínicos envolvendo a fosfoetalonamina como medicamento capaz de beneficiar pacientes com câncer tiveram início no ano passado.

As cápsulas de fosfoetanolamina: sem testes clínicos – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Os estudos foram realizados em duas fases: a primeira englobou um grupo de dez pacientes e  teve por objetivo avaliar a toxicidade do remédio, momento em que se comprovou não haver evento tóxico de grande importância. A segunda fase se estendeu para um número maior de 72 pacientes, quando se percebeu não haver benefícios no uso da fosfoetalonamina em nove dos 10 tipos de câncer estudados. A exceção foi o melanoma, câncer de pele bastante agressivo, em que  foi detectada uma resposta clínica favorável em um dos pacientes, o que aumentou o interesse dos pesquisadores em continuar os estudos para esse tipo da moléstia, ajustando as doses do medicamento.

O professor Roger Chammas lamenta que o professor aposentado da USP, Gilberto Chierice, que desenvolveu a fosfoetalonamina, não tivesse ampliado e aprofundado seus estudos sobre os reais efeitos da substância. “Temos na USP muita capacidade instalada para a condução de experimentos como os que foram feitos. Não existia necessidade de que chegássemos à situação que chegamos, na qual uma substância fosse distribuída como um falso medicamento para a população”, diz o professor Chammas. E acrescenta: “eu entendo o lado do pesquisador no sentido de querer sempre fazer o melhor para os outros, mas existe uma série de testes a ser feita por pessoal capacitado a fazê-los. Existem normas de pesquisa clínica que precisam ser seguidas para evitar malefícios aos pacientes”.


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