Oito horas diárias de sono são o mínimo recomendado ao ser humano, mas na vida moderna, cheia de compromissos e distrações, nem sempre é possível dar ao corpo o descanso que lhe é devido. A esses fatores que influenciam o indivíduo a se manter desperto, o médico assistente do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC), Daniel Suzuki, chama de “roubadores de sono” e conta que esse costume de dormir pouco pode levar a uma série de complicações na saúde, além de encurtar a vida do indivíduo.
Suzuki explica que o relógio biológico da pessoa deve ser levado em consideração: algumas pessoas são, de fato, mais funcionais durante o dia; outras, à noite, mas independentemente disso, o corpo necessita das devidas horas de repouso. O médico conta, ainda, que é comum que as pessoas, hoje, não consigam ter a quantidade de horas necessárias de sono, e que isso pode acarretar uma doença chamada Síndrome do sono insuficiente. Essa síndrome pode desencadear um desbalanço metabólico, que pode levar a um maior apetite, por exemplo, devido à desregulação na produção hormonal, e esse comportamento pode levar a uma maior tendência de ganhar peso. Além disso, o desequilíbrio metabólico pode propiciar o desenvolvimento de doenças cardíacas, diabete e aumento da mortalidade.
Suzuki faz, ainda, um alerta: não se sabe se a síndrome pode levar a outras doenças, mas a possibilidade não é descartada e está sendo estudada. No entanto, não se deve se preocupar apenas com o aspecto quantitativo do sono, mas também com o qualitativo. O médico explica que há a questão da individualidade nesse caso: existem pessoas para as quais cinco ou seis horas de sono de qualidade são suficientes; para outras, fazem-se necessárias mais de oito horas; mas ressalta que é importante pensar, também, na qualidade do sono.
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