No início do mês, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, afirmou que a privatização da Petrobras deve acontecer. No entanto, ainda não se trata de uma prioridade.
Para Edmilson Moutinho, professor da Divisão Científica de Planejamento, Análise e Desenvolvimento Energético do Instituto de Energia e Ambiente, as discussões sobre a estatal se concentram sobre desmandos administrativos e não sobre o petróleo ou a questão energética.

O professor destaca que a Petrobras é uma empresa de diversos segmentos e acredita que a privatização de alguns destes seria benéfica, tanto para a petroleira quanto para a sociedade. Um exemplo de setor passível de privatização é o de distribuição de combustível. Por outro lado, ele considera que certos setores, como a exploração do pré-sal, devem ser mantidos sob o comando do governo.
Com outra perspectiva, o doutor em finanças pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, Alan Ghani, considera benéfica a privatização de todos os setores da petrolífera.
Ele explica que discorda da classificação de alguns setores como estratégicos. Nesse sentido, dá o exemplo da mineradora Vale, que, depois de desestatizada, gerou mais empregos e arrecadação via impostos para o governo do que os seus antigos dividendos, quando era pública.
Alan Ghani defende um modelo de privatização com uma agência reguladora. Para ele, a privatização permitiria ao setor seguir sob a lógica do mercado mais produtiva e a regulação atuaria para evitar as falhas dessa lógica, como a tendência ao monopólio.
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