Alunos do 3º ano do ensino médio de uma escola particular de Novo Hamburgo (RS) participaram de uma brincadeira, chamada de “Se nada der certo”, que consistia em trabalhar a questão da não aprovação no vestibular. Proposta pela própria escola, os alunos tinham de comparecer caracterizados como cozinheiros, faxineiros, atendentes e empregados domésticos.
Em seu comentário semanal para a Rádio USP, o professor Renato Janine Ribeiro se disse chocado ao constatar que uma escola associe a ideia de dar certo ou não na vida ao sucesso econômico, menosprezando aquela imensa fração de brasileiros que recebem baixos salários e cujo padrão de vida não é alto. Para o colunista, trata-se de um desrespeito humano gigantesco, num país em que a desigualdade social é muito grande, justamente por estar baseada num princípio muito retrógrado, que é o da desigualdade de oportunidades. Janine Ribeiro não admite que uma escola – ainda por cima religiosa – possa cumprir sua missão pedagógica adotando um ensino antiético.