Proteína antienvelhecimento melhora cognição e memória de macacos rhesus

Animais receberam uma injeção da proteína e foram avaliados pelos cientistas; pesquisas semelhantes já foram feitas com camundongos, mas é inédita em macacos

 13/07/2023 - Publicado há 10 meses

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Pesquisa publicada na revista Nature Aging por cientistas americanos mostrou que uma proteína chamada klotho melhorou a função cognitiva e a memória de macacos. Essa substância ganhou o nome da deusa grega Clotho – que, na mitologia grega, tecia o fio da vida – e ocorre naturalmente no nosso corpo, mas diminui com a idade.

No experimento, os pesquisadores testaram o efeito de doses pequenas de klotho em camundongos e macacos rhesus. Os macacos tinham cerca de 22 anos e receberam uma única injeção da proteína. “A vantagem dos macacos, como é sabido, é que eles têm uma semelhança de 93% com os seres humanos e uma função cognitiva mais elevada e complexa. Além disso, eles também têm um declínio cognitivo com a idade e alterações nas sinapses, comprometendo regiões do cérebro, incluindo o hipocampo e o córtex pré-frontal”, explica Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP.

O hipocampo é a região do cérebro responsável pela formação de novas memórias, além de estar associado ao aprendizado e emoções. O córtex pré-frontal é a região associada a inteligência, raciocínio lógico e manipulação sobre as outras regiões do cérebro.

Os pesquisadores tinham dois objetivos: verificar se um aumento nos níveis séricos (ou seja, a quantidade) de klotho, comparável ao observado em camundongos, melhorava a capacidade cognitiva em macacos; verificar se doses maiores da proteína tinham um efeito maior na capacidade cognitiva, isto é, se o efeito era dose-dependente.

A klotho já é reconhecida pelo seu efeito neuroprotetor e por ser capaz de melhorar a memória. Pesquisas anteriores já foram realizadas com camundongos, mas é a primeira vez que ela é feita com macacos. “Como nosso grupo pesquisa centenários, é um assunto que nos interessa muito”, afirma a geneticista.

O resultado das avaliações dos animais e os questionamentos ainda levantados após as conclusões da pesquisa são apresentados pela geneticista.


Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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