Embaixador Rubens Ricupero será o novo titular da Cátedra José Bonifácio

Em 2022, a Cátedra fará uma reflexão sobre o Bicentenário da Independência do Brasil

 18/11/2021 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 26/11/2021 as 18:38
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(Da esq. p/ dir.) O assessor da Reitoria, Gerson Damiani; o professor Pedro Dallari; o embaixador Rubens Ricupero e o reitor Vahan Agopyan – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

 

O diplomata e ex-ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, será o próximo titular da Cátedra José Bonifácio. O convite foi oficializado pelo reitor Vahan Agopyan ontem, dia 17 de novembro, em uma reunião que contou com a presença do coordenador do Centro Ibero-Americano (Ciba), Pedro Bohomoletz de Abreu Dallari, e do assessor da Reitoria, Gerson Damiani.

Ricupero substituirá o atual titular da Cátedra, o economista colombiano José Antonio Ocampo Gaviria, que encerra as atividades em dezembro, com o lançamento do livro Governança internacional e desenvolvimento, que reúne os trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores da Cátedra entre os anos de 2020 e 2021. (Os sete volumes da coleção Cátedra José Bonifácio já publicados estão disponíveis gratuitamente, em versão digital, no Portal de Livros Abertos da Edusp.)

“Para 2022, a opção do reitor e do comitê que define as personalidades que ocuparão a Cátedra era escolher uma grande personalidade brasileira, já que este é o ano do Bicentenário da Independência do Brasil e a Cátedra leva o nome do patrono da Independência, José Bonifácio”, explica Dallari.

Inspirando-se nas ideias e projetos de José Bonifácio para o Brasil, a Cátedra deverá refletir sobre os dois séculos do Brasil independente, considerando os acertos e erros para elaborar propostas para o futuro.

“Proponho um roteiro e um método para o exercício de reflexão que deveremos empreender como forma ideal de viver o Bicentenário. ‘Viver’, não ‘lembrar’, ‘recordar’, pois uma coisa é trazer à memória acontecimentos passados e acabados – a assinatura do Tratado de Petrópolis, a batalha do Riachuelo; outra, bem diversa, é evocar um processo vivo em pleno andamento, inacabado, que necessita de nossa ação para que se tente imprimir-lhe sentido de criação do futuro. Quanto mais agora, que teremos pela frente um bicentenário coincidente com campanha eleitoral decisiva. Longe da posição do analista de fora, somos autores, sujeitos de um processo que se confunde com nosso próprio destino”, explica Ricupero.

O futuro catedrático também ressalta que a independência do Brasil não foi um fenômeno isolado, mas fez parte de um processo global que envolveu praticamente toda a Ibero-América; portanto, as reflexões não se restringem ao Bicentenário brasileiro e abrangem toda a região.

Uma vida dedicada ao Brasil

Jurista, diplomata, ministro de Estado e professor universitário, Rubens Ricupero formou-se na Faculdade de Direito da USP, em 1959, e concluiu o curso preparatório do Instituto Rio Branco, do Itamaraty, em 1960, iniciando sua carreira diplomática.

Em mais de quatro décadas de serviço diplomático, foi embaixador do Brasil em Washington e Roma, representante do Brasil junto à ONU em Genebra, chefe da delegação brasileira da Rodada Uruguai do GATT e secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).

Rubens Ricupero será o nono titular da Cátedra José Bonifácio – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Também ocupou diversos cargos no governo federal. Foi assessor dos presidentes Tancredo Neves e José Sarney, subchefe da Casa Civil e ministro da Fazenda, sendo um dos responsáveis pela implantação do Plano Real, em 1994. Também atuou na implantação do Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal, definindo como prioridades o desenvolvimento sustentável da Amazônia, a preservação da Mata Atlântica e a criação de parques e reservas ecológicos.

Atualmente é diretor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), presidente do Conselho Editorial da Editora da Universidade de São Paulo (Edusp), presidente honorário da Japan House e do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial.

A Cátedra José Bonifácio

Criada em 2013, a Cátedra José Bonifácio é uma iniciativa do Centro Ibero-Americano (Ciba), núcleo ligado à Pró-Reitoria de Pesquisa e ao Instituto de Relações Internacionais (IRI), que, com apoio financeiro do Banco Santander, convida uma personalidade do mundo ibero-americano para ministrar atividades acadêmicas na Universidade durante um ano letivo.

Os catedráticos desenvolvem estudos na temática referente à sua especialidade, liderando com um grupo de pesquisadores da USP de diversas áreas, previamente selecionados. No final do período, para encerrar os trabalhos, os pesquisadores produzem uma coletânea de artigos que são reunidos em um livro publicado pela Edusp. Também são realizadas conferências abertas à comunidade e, até mesmo, específicas para docentes e discentes.

Ricupero é o nono ocupante da cátedra, que já teve como titulares o ex-presidente do Chile, Ricardo Lagos (2013); o secretário-geral da Secretaria-Geral Ibero-Americana, Enrique Iglesias (2014); a escritora Nélida Piñon (2015); o ex-primeiro-ministro da Espanha, Felipe González Márquez (2016); a embaixadora do México no Brasil, Beatriz Paredes (2017); a ex-presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla (2018); o economista Enrique García (2019-2020); e o também economista José Antonio Ocampo (2020-2021).


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