Nos cursos de saúde, contato com corpos humanos é fundamental para o aprendizado de milhares de estudantes
Texto: Crisley Santana
Fotos: Marcos Santos/USP Imagens
Arte: Beatriz Abdalla/Jornal da USP
06/11/2019
Escolher doar o corpo para a ciência é permitir que, ao morrer, seu corpo não seja enterrado ou cremado, mas utilizado em atividades de ensino e pesquisa. Significa contribuir para a formação de profissionais da saúde que precisam entender a anatomia humana a fundo e assim, garantir uma vida melhor do lado de cá.
Entenda como funciona e por que a ciência precisa dessas doações:
Nos cursos de saúde, contato com corpos humanos é fundamental para o aprendizado de milhares de estudantes
Texto: Crisley Santana
Fotos: Marcos Santos/USP Imagens
Arte: Beatriz Abdalla/Jornal da USP
06/11/2019
Escolher doar o corpo para a ciência é permitir que, ao morrer, seu corpo não seja enterrado ou cremado, mas utilizado em atividades de ensino e pesquisa. Significa contribuir para a formação de profissionais da saúde que precisam entender a anatomia humana a fundo e assim, garantir uma vida melhor do lado de cá.
Entenda como funciona e por que a ciência precisa dessas doações:
O estudo com corpos humanos ainda é imprescindível para uma formação de qualidade, principalmente por conta das variações anatômicas: em cada pessoa, a textura, cor e posição das veias podem ser diferentes, por exemplo. Simulações e modelos são importantes, mas ainda não dão conta desta complexidade.
A falta de uma experiência completa pode levar os profissionais a cometerem erros em exames clínicos, diagnósticos ou cirurgias.
O estudo com corpos humanos ainda é imprescindível para uma formação de qualidade, principalmente por conta das variações anatômicas: em cada pessoa, a textura, cor e posição das veias podem ser diferentes, por exemplo. Simulações e modelos são importantes, mas ainda não dão conta desta complexidade.
A falta de uma experiência completa pode levar os profissionais a cometerem erros médicos, especialmente em cirurgias.
Corpos são necessários nos diversos cursos da área da saúde, principalmente os que realizam cirurgias. A maior parte destes cursos envolve estudos anatômicos. Se beneficiam da utilização de corpos reais estudantes de:
• Medicina
• Enfermagem
• Odontologia
• Educação física
• Psicologia
• Fisioterapia
• Fonoaudiologia
• Farmácia
Corpos são necessários em diversos cursos da área da saúde, já que a maioria deles têm o estudo anatômico em sua grade curricular. Se beneficiam da utilização de corpos reais cursos como:
• Medicina
• Enfermagem
• Odontologia
• Educação física
• Psicologia
• Fisioterapia
• Fonoaudiologia
• Farmácia
Não existe tempo limite para o uso dos corpos doados. Eles são conservados com substâncias químicas e sua duração não tem tempo determinado, ou seja, eles podem colaborar para a formação de profissionais por muitos e muitos anos.
Não existe tempo limite para o uso dos corpos doados. Eles são conservados com substâncias químicas e sua duração não tem tempo determinado, ou seja, eles podem colaborar para a formação de profissionais por muitos e muitos anos.
O Código Civil brasileiro prevê a “disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte para depois da morte” com fins científicos ou altruísticos, decisão que pode ser revogada a qualquer momento.
Qualquer pessoa maior de 18 anos pode tomar esta decisão. No caso de menores, é preciso haver o consentimento dos responsáveis legais.
O Código Civil brasileiro prevê a “disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte para depois da morte” com fins científicos ou altruísticos, decisão que pode ser revogada a qualquer momento.
Qualquer pessoa maior de 18 anos pode tomar esta decisão. No caso de menores, é preciso haver o consentimento dos responsáveis legais.
O ideal é doar o corpo inteiro, mas alguns programas aceitam receber doações de partes separadas – segundo especialistas, isso dificulta o trabalho de preparação para uso devido aos cortes já sofridos e impedem a plenitude do estudo anatômico.
Corpos de pessoas que tenham sofrido doenças infecto-contagiosas podem não ser aceitos, porque órgãos e demais tecidos ficam comprometidos.
O ideal é doar o corpo inteiro, mas alguns programas aceitam receber doações de partes separadas – segundo especialistas, isso dificulta o trabalho de preparação para uso devido aos cortes já sofridos e impedem a plenitude do estudo anatômico.
Corpos de pessoas que tenham sofrido doenças infecto-contagiosas podem não ser aceitos, porque órgãos e demais tecidos ficam comprometidos.
Nem todos os programas aceitam, mas segundo a Lei 8.501 de 1992, é possível a doação de corpos não reclamados, ou seja, corpos que não apresentam identidade e que, após 30 dias da morte, não tenham sido reivindicados por nenhum familiar. Caso o corpo tenha sofrido morte violenta, não poderá ser utilizado para fins de estudo e pesquisa – deve ser submetido a necropsia.
Várias escolas da área da saúde possuem programas para doação de corpos. É preciso ir até a instituição escolhida, assinar uma declaração de vontade e reconhecer firma deste documento em cartório. Uma via deve ficar na instituição e outra com o doador.
Alguns familiares também precisam assinar este documento, além de estarem cientes do desejo da pessoa, já que são eles os responsáveis por informar a instituição da morte do doador.
Dependendo da instituição, a família é responsável pelo transporte do corpo. Consulte a instituição também sobre a possibilidade de realizar homenagens, como cerimônias e velórios, antes de o corpo ser doado.
O ICB disponibiliza on-line todas as informações sobre o funcionamento do programa. É preciso baixar, preencher e assinar os modelos disponíveis no site e enviar, preferencialmente por correio, para o Departamento de Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, localizado na Av. Prof. Lineu Prestes, 2415, – Butantã, SP.
Também é possível entrar em contato por meio do telefone (11) 99338-0736. Ele funciona 24 horas por dia e pode ser utilizado para ligações e whatsapp.
Para assinar o termo de vontade na Faculdade de Medicina, basta se dirigir até o 1º andar da unidade e ir até a Disciplina de Topografia Estrutural Humana (Anatomia Topográfica), na sala 1.302. Ao chegar, o doador receberá os papéis que precisa preencher. Depois, basta levar a declaração para o cartório, autenticar o documento e entregar uma cópia para a faculdade. A FMUSP está localizada na Av. Dr. Arnaldo ,455 – Cerqueira César, São Paulo – SP. Para entrar em contato ligue para (11) 3061-7269.
O programa de doação de corpos do Cemel existe desde 2006. Para assinar o termo de vontade, basta entrar em contato com o Laboratório de Antropologia Forense, responsável por receber essas doações, e falar com José Marcelo Secchieri, o técnico responsável pelo assunto. O doador receberá todas as instruções, inclusive, sobre como comunicar a família. O telefone para contato é (16) 3315-4348
Em Bauru, os três cursos da Faculdade recebem doação de corpos: Odontologia, Fonoaudiologia e Medicina. Para assinar o termo de vontade, é preciso entrar em contato por meio do telefone (14) 3235-8226 ou e-mail anatomia@fob.usp.br. O programa só recebe doações de corpo inteiro de moradores do Departamento Regional de Saúde 6 (DRS VI), área que compreende o município de Bauru e outros 67 do Estado de São Paulo.
Fontes:
Professora Thelma Parada – Coordenadora do programa de doação de corpos do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, em São Paulo
Professor Alfredo Luiz Jacomo – Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em São Paulo
Professor Marco Aurélio Guimarães – Centro de Medicina Legal (Cemel) da USP, em Ribeirão Preto
Professor Jesus Carlos Andreo – Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP.