O descolamento de retina não é comum, mas costuma afetar as crianças. Algumas doenças, predisposições genéticas ou lesões podem causar o problema. O descolamento costuma surgir com o tempo, ele ocorre pelo afastamento da retina da parede do olho. Segundo o médico Pedro Carricondo, diretor do Pronto Atendimento Oftalmológico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, “ em geral a criança, exceto quando tem uma grave malformação do olho, não tem descolamento da retina, isso acontece e aparece com o tempo. O grande problema é o afastamento da retina, que é uma camada de tecido nervoso que preenche todo o fundo do olho: 2/3 da nutrição da retina vêm da parede do olho, a coroide. Ao ficar afastada, deixa de receber sua nutrição, o tecido morre e a pessoa perde a visão”.
Outros fatores podem ocasionar o descolamento: quando há trauma ocular ou por lesão direta na retina, como uma perfuração. Nem sempre é tão fácil detectar os sintomas, o que pode tornar o diagnóstico tardio. “O principal sintoma no descolamento de retina é a redução na capacidade de enxergar, onde há uma perda que pode ser progressiva de campo visual, uma falha de uma parte da visão. Isso nem sempre é simples de ser percebido em crianças ou de ela contar para a gente”, diz Carricondo.
Quando o menor tem uma condição que pode levar ao descolamento, como uma retinopatia da prematuridade ou doenças genéticas, um acompanhamento médico e exames periódicos permitem um diagnóstico precoce. Não há medicações para reverter o descolamento de retina quando ele se inicia, por esse motivo a cirurgia é a única forma de lidar com o problema. “É importante fazer a cirurgia o mais cedo possível, antes que apareçam fibroses. Nem sempre os resultados são tão satisfatórios quanto a gente gostaria, mas a cirurgia é curativa.” Em caso de suspeita de problemas que possam estar obstruindo a visão, o ideal é procurar rapidamente um oftalmologista. A detecção precoce de lesões como o descolamento de retina pode evitar a cegueira.
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