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CENTENÁRIO
Paulo Emilio
O crítico de cinema e professor da USP Paulo Emilio Salles Gomes (1916-1977) faria 100 anos no próximo dia 17 de dezembro. A data já está sendo lembrada através de vários eventos na cidade de São Paulo.
Na USP, o Cinusp promove, de 5 de setembro a 2 de outubro, a mostra 100 Paulo Emilio, que exibirá filmes analisados pelo crítico em seus livros e artigos na imprensa, acompanhados de debates. A Cinemateca Brasileira – um dos grandes legados de Paulo Emilio – também participa das comemorações.
O Jornal da USP se associa a essas homenagens a Paulo Emilio com esta reportagem especial. Nela, o leitor encontrará detalhes sobre a mostra do Cinusp, a situação atual da Cinemateca Brasileira e um perfil do crítico, além de imagens históricas e depoimentos de especialistas e ex-alunos de Paulo Emilio. “Ele foi um visionário”, afirma a diretora da Cinemateca, Olga Futemma, sua ex-aluna.
A reportagem traz ainda uma seleção de livros escritos pelo crítico, que reconstituem e analisam criticamente a produção cinematográfica nacional. Um deles é Cinema, Trajetória no Subdesenvolvimento, em que Paulo Emilio relaciona a história do cinema nacional com a história do Brasil.
Com textos, fotografias e vídeos, esta reportagem especial é uma contribuição do Jornal da USP para a preservação da memória de um dos mais combativos professores da USP em favor da cultura brasileira.
Mostra Cinusp
O Cinema da USP (Cinusp) promove, de 5 de setembro a 2 de outubro, a mostra 100 Paulo Emilio, que exibirá filmes analisados pelo crítico em seus livros e artigos na imprensa, acompanhados de debates. Leia mais
Eventos em memória do crítico e professor da USP
Além da mostra 100 Paulo Emilio, apresentada pelo Cinema da USP (Cinusp), uma série de eventos será realizada em setembro e nos próximos meses, na cidade de São Paulo, em comemoração ao centenário do crítico de cinema e professor da USP Paulo Emilio Salles Gomes. Leia mais.
Um perfil de Paulo Emilio
Paulo Emilio Salles Gomes (1916-1977) é conhecido, dentre outras coisas, como um intelectual, crítico, professor de cinema e fundador da Cinemateca Brasileira. Por trás de todos esses atributos está uma característica que o marcou por toda a vida: a militância. Leia mais
Cinemateca Brasileira
Em 2016, ano em que se comemora o centenário do crítico de cinema e professor da USP Paulo Emilio Salles Gomes, a Cinemateca Brasileira, um de seus grandes legados à cultura nacional, também faz aniversário. Leia mais.
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Paulo Emilio professor
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O legado de Paulo Emilio
Linha do tempo
Paulo Emilio imprimiu a sua paixão em livros
Não dá para entender a dimensão do cinema brasileiro sem ler 70 Anos do Cinema Brasileiro, de Paulo Emilio Salles Gomes, em parceria com o cineasta Adhemar Gonzaga. Lançado pela primeira vez em 1966 pela Editora Expressão e Cultura, é considerado um clássico da história do cinema nacional. Leia mais
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Jean Vigo
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Humberto Mauro, Cataguases, Cinearte
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Cinema trajetória no subdesenvolvimento
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Três mulheres de três PPPês
O Cinema no Século, organização Carlos Augusto Calil, Cia das Letras, 2015 – Coletânea de artigos publicados nos jornais de 1941 a 1970 sob a edição de Carlos Augusto Calil e Adilson Mendes. O livro abre o projeto de reedição da obra de Paulo Emílio pela editora.
Cemitério, Cosac Naify, 2007 – Paulo Emílio estava escrevendo o livro que alia ficção à memória política, porém morreu sem terminar. Trinta anos depois, o manuscrito foi reencontrado e organizado por Carlos Augusto Calil, que assina o posfácio.
Capitu, editora Cosac Naify, 2008 – Roteiro para cinema escrito por Paulo Emílio Salles Gomes e Lygia Fagundes Telles, com que foi casado. É uma adaptação do romance de Machado de Assis, Dom Casmurro, filmado por Paulo César Saraceni em 1968.
Vigo, Vulgo Almereyda, Companhia das Letras, 1991 – Traz o perfil de Miguel Almereyda, pai de Jean Vigo e militante da esquerda francesa. Paulo Emílio reconstitui a trajetória de Vigo na Paris da virada do século até o seu final trágico.
Humberto Mauro, Cataguases, Cinearte, Editora Perspectiva, 1974 – A carreira do cineasta, um dos pioneiros do cinema brasileiro, é recriada por Paulo Emílio. Como bem assinalou, Alfredo Bosi, o livro traz observações agudas sobre o significado da técnica em Humberto Mauro, “que não era propriamente intelectual, mas organizadora feliz de recursos artesanais...”
Cinema, Trajetória no Subdesenvolvimento, Editora Paz e Terra, 1986 – O livro apresenta a história do cinema contextualizada com a história do Brasil. Paulo Emílio afirma que “o subdesenvolvimento não é uma fase, mas um estado de ser”.