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A Revista USP publica em sua edição número 111 – que acaba de ser lançada – o dossiê “Música Popular Brasileira na USP”, com 11 artigos inéditos sobre a MPB, organizado pelo professor Ivan Vilela, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.
Nesta reportagem especial, o Jornal da USP traz em vídeos as principais ideias expostas nos artigos, que abordam os desdobramentos sociais e técnicos da música popular brasileira, tão apreciada ao redor do mundo, mas pouco estudada nas universidades.
“O conhecimento da música brasileira pode nos trazer um outro olhar sobre nós mesmos, sobre a nossa história, sobre nossa formação cultural”, afirma Vilela, na apresentação do dossiê.
Conheça a seguir novos olhares sobre a MPB. Com 180 páginas, a Revista USP é uma publicação da Superintendência de Comunicação Social (SCS) da USP. Ela custa R$ 20,00 e pode ser solicitada pelo telefone (11) 3091-4403.
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AUTORES
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Ivan Vilela
é músico, pesquisador e professor de Viola Brasileira, Percepção Musical e História da MPB na Escola de Comunicações e Artes da USP.
Luiz Tatit
é professor titular do Departamento de Linguística da FFLCH-USP e autor de, entre outros, Todos Entoam: Ensaios, Conversas e Lembranças (Ateliê).
Alberto T. Ikeda
é professor-colaborador do Programa de Pós-Graduação em Música da ECA-USP e professor aposentado do Instituto de Artes da Unesp.
Ivan Siqueira
é professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e autor de, entre outros, A Música na Prosa de Guimarães Rosa (Todas as Musas).
Gil Jardim
é diretor artístico e regente titular da Orquestra de Câmara da ECA-USP e professor livre docente do Departamento de Música da ECA-USP.
Walter Garcia
é professor do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, compositor, violonista e autor de Melancolias, Mercadorias (Ateliê).
Eduardo Vicente
é professor associado do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA-USP e autor do livro Da Vitrola ao iPod: Uma História da Indústria Fonográfica no Brasil (Alameda).
Sergio Molina
é professor da Faculdade Santa Marcelina (SP).
Chico Saraiva
é compositor, violonista, cantor e mestre em Música pela ECA-USP
José Geraldo Vinci de Moraes
é professor do Departamento de História da FFLCH-USP e pesquisador PQ-CNPq.
Celso Favaretto
é professor aposentado da Universidade de São Paulo e autor de, entre outros, Tropicália Alegoria Alegria (Ateliê).
Tropicalismo revolucionou a música brasileira
Após o golpe de 64, a música foi um dos pilares da resistência política. Com letras alegóricas e sons experimentais, o tropicalismo deixou sua mensagem e alterou profundamente a produção musical no Brasil.
Produtores fizeram surgir astros da música
Uma mudança impactante na música foi a criação do cargo de produtor musical. Muitos dos grandes nomes da MPB foram impulsionados pela assessoria dos primeiros produtores musicais brasileiros.
Jornalistas escreveram os primeiros registros da MPB
A partir da década de 70, jornalistas que vinham da crônica repararam que não havia nenhum registro da música produzida no Brasil na época. Começaram, então, a resgatar e a escrever tudo o que sabemos hoje.
Experimentalismo explorou novas formas de criação
Dos Beatles a Milton Nascimento, a experimentação foi um aspecto explorado por toda a música na segunda parte do século 20. Com ela, novas formas de criar letras e melodias surgiram e retrataram o momento histórico em que foram criadas.
Ritmo dos terreiros ganhou as rádios brasileiras
Após voltar do exílio político, Gilberto Gil sabia que tinha muito trabalho pela frente. Uma de suas primeiras missões foi resgatar e popularizar o ijexá, ritmo africano tradicional dos afoxés baianos que virou sucesso em Patuscada de Gandhi.
Composição de música é um desafio para os poetas
Vinícius de Moraes tinha dificuldade para compor músicas. Isso comprova o quão particular é o processo criativo de uma canção. Às vezes, ela surge de uma melodia, outras, de uma frase que deve ser falada, mas não há fórmula para ser produzida.
Mestres do violão falam sobre o processo criativo
Apegados às partituras ou ao improviso, grandes compositores do violão solo tiveram trajetórias frutíferas para a canção popular. Conheça as técnicas de mestres como Luiz Tatit e Paulo César Pinheiro.
Os arranjos que constroem músicas
É difícil imaginar A Construção, de Chico Buarque, sem o arranjo de Rogério Duprat. Como ninguém, o compositor conseguiu enlaçar a letra e o arranjo desta e de outras canções, fazendo com que uma não exista sem a outra.
Singularidade marca a obra de Djavan
“Samba inexpressivo”. Essa foi a primeira definição da crítica sobre Djavan. Ainda assim, o artista emplacou Flor de Lis, do seu álbum de estreia, e mostrou que sua musicalidade não se comparava a nada ao que tinha sido feito até então.
Herdeiros da MPB retratam realidade violenta
Lançado em 2014, o primeiro álbum solo de Juçara Marçal retrata as muitas faces da morte e de uma sociedade que, um ano antes, tentou romper com um sistema político desgastado. Questões marginalizadas, como o aborto, são o foco do disco.
Neoliberalismo muda lógica do mercado musical
A partir dos anos 80, a lógica neoliberal começou a moldar um novo mercado para a música, baseado naquilo que era vendável. Esta busca pelo lucro prejudicou a diversidade nas rádios, algo que só voltou a ser democratizado com a internet.
Texto: Larissa Lopes - Diagramação: Thais Helena dos Santos - Vídeo: Alexandre Gennari, Amanda Pedrosa de Matos, Djalma Ferreira, Lucas Pecoraro, Paula Serra, Thales Figueiredo