Na primeira experiência da USP utilizando o Sisu como forma de ingresso, a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) aceitou o desafio sem restrições. Reservou o número máximo de vagas, estipulado pela Pró-Reitoria de Graduação em 30%, em todos os cursos oferecidos no campus.
Em cada um dos cursos, as vagas foram distribuídas igualmente entre as três modalidades possíveis: ampla concorrência, oriundos de escolas públicas e autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (PPI).
Poucas unidades optaram pela modalidade PPI. Do total de 123 vagas destinadas a esse grupo pela USP em 2016, a escola foi, sozinha, responsável por 102 vagas. “A EACH reconhece a necessidade de que sejam reservadas vagas para cotas raciais”, afirma a presidente da Comissão de Graduação da unidade, Nádia Zanon Narchi.
Segundo dados da Comissão, em 2015, a porcentagem de pretos, pardos e indígenas matriculados na EACH foi de 16,4%. Em alguns cursos, como o de Obstetrícia e a Licenciatura em Ciências da Natureza, esse número ultrapassa os 40%.
Segundo a diretora da escola, Maria Cristina Motta de Toledo, a unidade tem se manifestado sempre a favor de medidas inclusivas, especialmente as relacionadas às formas alternativas de ingresso baseadas em critérios socioeconômicos e étnico-raciais. Mesmo não tendo preenchido todas as vagas oferecidas pelo Sisu, será mantido o porcentual máximo de vagas para o próximo vestibular.
Em 2015, a EACH foi a única unidade da USP a ter mais da metade dos alunos oriundos de escolas públicas, atingindo o porcentual de 52,2%. Além de o campus estar na zona leste de São Paulo, região marcada por desigualdades sociais e econômicas, Nádia acredita que o fato de quase todos os cursos serem oferecidos em meio período, atraindo alunos que trabalham, ajude a explicar o grau de inclusão conquistado. Outro fator seria a menor concorrência dos cursos, que são novos e ainda pouco conhecidos pelo público.