Na primeira experiência com Enem, USP preenche 55% das vagas

Universidade avalia erros operacionais que prejudicaram a convocação de mais alunos pelo Sisu

Ingressaram na USP pelo Sisu 814 alunos. Alguns cursos não tiveram nenhum matriculado. Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Ingressaram na USP pelo Sisu 814 alunos. Alguns cursos não tiveram nenhum matriculado
Foto: Marcos Santos / USP Imagens

O vestibular de 2016 foi o primeiro em que a USP adotou o Sisu como forma de ingresso em seus cursos de graduação. A Universidade destinou 1.489 das suas 11.057 vagas para o Sisu, das quais foram preenchidas 814, o que equivale a pouco mais da metade do total oferecido: 55%. Segundo o pró-reitor de Graduação, Antonio Carlos Hernandes, essa primeira experiência mostrou acertos e erros, que serão considerados no vestibular 2017.

O não preenchimento das vagas deu-se, principalmente, por dois motivos, aponta Hernandes. Em primeiro lugar, o fato de o edital ter previsto apenas quatro chamadas: após a última convocação ainda havia demanda e candidatos habilitados para as vagas, mas estas foram destinadas à Fuvest, conforme estabelecido.

Um exemplo é o que ocorreu na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), que havia destinado dez vagas pelo Sisu, todas inicialmente preenchidas. Porém, metade dos candidatos selecionados acabou sendo aprovada também na Fuvest, mas no curso de Medicina da USP em São Paulo, onde se matricularam. As vagas de Ribeirão ficaram ociosas e não puderam ser preenchidas novamente, pois a última chamada do Sisu já tinha acontecido.

Outro motivo apontado foram as notas mínimas definidas para as provas do Enem, consideradas muito altas. Os cursos definiram a nota mínima exigida para cada uma das provas realizadas pelos estudantes no Enem (Redação, Matemática e suas Tecnologias, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias) e os pesos atribuídos a cada uma delas. Notas mínimas entre 450 e 700 pontos, com pesos que variaram de 1 a 4, foram decididas de acordo com a definição da unidade ou da Pró-Reitoria de Graduação.

Balanço

Em entrevista à reportagem do Jornal da USP em janeiro, professores de algumas unidades de ensino da Universidade avaliaram o desempenho no primeiro ano do Sisu.

A professora Rosana C. M. Grillo Gonçalves, presidente da Comissão de Graduação da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP), explicou que a definição dos critérios para estabelecer as notas foi feita em caráter experimental, já que até então não havia comparativos entre as notas de corte da Fuvest e as do Enem.

“E dado o caráter inovador da introdução de um novo processo de admissão e consequentes incertezas, o consenso na FEARP foi de que a disponibilização de 10% das vagas para ingresso via Sisu seria adequada para o vestibular 2016, podendo vir a ser alterada nos próximos anos”, complementa.

De acordo com a professora, para os cursos de Ciências Contábeis, Economia e Economia Empresarial e Controladoria, a exigência de 600 pontos mostrou-se satisfatória. Já a determinação da pontuação mínima de 700 pontos para o curso de Administração mostrou-se muito elevada. A FEARP destinou 28 vagas para o vestibular 2016 via Sisu e, dessas, seis foram preenchidas.

A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) foi uma das unidades que não preencheram nenhuma das 56 vagas dos três cursos que participaram do Sisu. O presidente da Comissão de Graduação da Esalq, professor Luis Eduardo Aranha Camargo, também destacou a necessidade de discutir os resultados e propor a diminuição da nota de corte.

Segundo o professor, as notas do vestibular 2016 via Sisu foram definidas utilizando como referência as notas de cursos semelhantes oferecidos por universidades federais, considerados de nível equivalente aos oferecidos pela Esalq.

Presidente da Comissão de Graduação da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), a professora Mayra Elena Ortiz D’Avila Assumpção reiterou a necessidade de mudar a estratégia de ação, já que esperavam ter mais interessados nas vagas oferecidas. A FMVZ destinou oito vagas em seus cursos e preencheu apenas uma.

No Instituto de Matemática e Estatística (IME), foram matriculados 11 alunos, das 23 vagas oferecidas em quatro cursos. A presidente da Comissão de Graduação da unidade, Lúcia Pereira Barroso, pondera, no entanto, que os resultados desta primeira experiência só poderão ser avaliados com o tempo, sendo necessário verificar o desempenho, a adaptação e a evasão dos alunos.

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Fonte: Pró-Reitoria de Graduação


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