São Paulo, Bauru, Ribeirão Preto, São Carlos, Piracicaba, Pirassununga e Lorena são as cidades do Estado de São Paulo onde a USP mantém seus campi. Porém, a atuação de uma das mais importantes universidades públicas do Brasil vai muito além: ela beneficia também a população do Amazonas, em comunidades ribeirinhas do Rio Madeira.
Uma parceria da USP com a Prefeitura de Humaitá, no Amazonas, está ajudando a levar atendimento em saúde aos ribeirinhos da região. Trata-se da expedição Humaitá, que teve sua segunda edição realizada entre os dias 5 e 12 de setembro.
Os trabalhos foram coordenados pelo professor Luis Marcelo Aranha Camargo, do ICB5, uma unidade de ensino, pesquisa e extensão mantida de modo permanente desde 1997 pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP na cidade de Monte Negro, em Rondônia.
A Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF) Irmã Angélica Tonetta, da Prefeitura de Humaitá, navegou pelo Rio Madeira e parou nas comunidades de Bom Futuro, São Rafael e Carará para realização de atendimento médico, odontológico e de vacinação.
As equipes da USP e da Prefeitura foram responsáveis por 143 atendimentos médicos; 3 procedimentos cirúrgicos; 684 procedimentos laboratoriais; 47 atendimentos odontológicos; e 376 procedimentos em odontologia.
Um outro grupo, com pesquisadores de instituições parceiras, aproveitou as paradas para se embrenhar na floresta amazônica e montar vários tipos de armadilhas para a coleta de mosquitos, larvas e sanguessugas. Em algumas armadilhas, os pesquisadores expuseram as próprias pernas para atrair os mosquitos e poder capturá-los antes da picada.
Esses animais foram identificados e serão analisados para avaliar se carregam ou não microorganismos causadores de doenças em animais ou seres humanos.
O Jornal da USP acompanhou a segunda Expedição Humaitá e preparou esta reportagem especial. Você poderá conhecer um pouco mais sobre os trabalhos de atendimento em saúde da população ribeirinha e a coleta de mosquitos, larvas e sanguessugas para a realização de pesquisas.
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Boa leitura!
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Valéria Dias
Subeditora de Ciências do Jornal da USP
São Paulo, 1⁰ de dezembro de 2017
Expedição no Amazonas coleta quase mil mosquitos para pesquisas
Será realizado o sequenciamento genético dos animais e identificação de micro-organismos que causam doenças e replicação do DNA
USP e Prefeitura de Humaitá atendem ribeirinhos no Amazonas
Além do atendimento em saúde, parceria também viabilizou a coleta de quase mil mosquitos para pesquisas
Uma consulta com o médico, a ida ao dentista, a vacinação do filho. Ações que podem ser consideradas rotineiras em muitos municípios brasileiros, se tornam muito mais complexas em comunidades ribeirinhas do Rio Madeira devido às dificuldades de acesso e locomoção em locais que, muitas vezes, sequer têm acesso à eletricidade.
A USP está ajudando a melhorar esse quadro por meio de uma parceria com a Prefeitura de Humaitá, no Amazonas. O projeto une o atendimento em saúde aos ribeirinhos e a realização de pesquisas científicas na região amazônica.
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O Barco
A UBSF Irmã Angélica Tonetta foi inaugurada em setembro de 2016 e, desde então, realiza viagens periódicas para as comunidades ribeirinhas da região de Humaitá. O barco conta, no andar térreo, com recepção, várias salas que são usadas para vacinação, atendimento e realização de exames em pacientes, além de dois laboratórios, farmácia e banheiro. No andar superior, está a copa/cozinha, 2 banheiros e os 6 quartos onde as equipes ficaram alojadas durante a Expedição.
Tripulação UBS Fluvial
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20 dias de trabalho,
10 de folga
A equipe da UBSF permanece 20 dias navegando pelo Rio Madeira atendendo as comunidades ribeirinhas, de acordo com a rota estipulada. As folgas são realizadas nos outros 10 dias do mês. Essa rotina também é compartilhada pelos professores das escolas municipais da região. Muitos moram em Humaitá, mas devido às dificuldades de ir e voltar todos os dias, a maioria fica ou nas comunidades onde lecionam ou em comunidades próximas. A ida a Humaitá ocorre somente nas folgas.
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Reportagem, fotos e vídeos: Valéria Dias | Arte: Caio Vinícius Bonifácio
Agradecimentos: Instituto de Ciências Biomédicas da USP, ICB5, Superintendência de Comunicação Social (SCS) da USP e Prefeitura de Humaitá