Revista USP – Número 124 – janeiro/fevereiro/março 2020

Editora: SCS/USP
Idioma: Português
Confira abaixo os artigos deste número e dos anteriores.

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inteligência artificial

Para além da ficção científica: as aplicações e perspectivas da IA

Faz tempo a inteligência artificial, ou IA, não é um tema restrito aos cenários da ficção científica ou ao interesse de nerds superdotados. Também deixou de ser apenas um item entre tantos na pauta das curiosidades midiáticas – que nem sempre desvelam a magnitude ou o real significado por trás daquilo que mostram –, como aquela protagonizada pelo enxadrista russo Gary Kasparov e o computador Deep Blue na década de 90. Hoje suas aplicações (e implicações) são inúmeras, e ainda que nem tão espetaculares, os avanços na área de inteligência artificial estão cada dia mais presentes, seja na indústria, na educação, nas finanças, na medicina. Sua importância é tanta que a Universidade de São Paulo acaba de firmar uma parceria com a empresa IBM e a Fapesp para a criação de um centro de excelência para pesquisa em IA.

E assim chegamos a este número da Revista USP, cujo dossiê é dedicado ao assunto. Ele foi concebido, como adverte Nestor Caticha, do Instituto de Física da USP, no intuito de “desvendar um pouco o que é inteligência artificial”. Ouso dizer (e quero crer que o leitor concorde comigo) que, em se tratando de campo tão vasto e com tão múltiplos e sutis desdobramentos, um pouco já é muito.

Saindo do dossiê, nas páginas seguintes da revista, o leitor poderá pensar, com Eugênio Bucci, o lugar da arte e da filosofia no âmbito da universidade; ou analisar, com Jean Pierre Chauvin, um tipo de conversação marcada por falar demais e escutar “de menos”; ou revisitar, com Antônio Maspoli, alguns estudos sobre as formas de messianismo no Brasil; ou ainda, com Andrea Piccini, encantar-se com os antigos citas e sua maneira peculiar de enterrar os mortos. E muito mais.

Jurandir Renovato

Apresentação

Comentários sobre inteligência artificial

Assim como o tempo para Santo Agostinho, só sabemos o que é inteligência se não formos forçados a responder o que é. Este conjunto de artigos lida com alguns aspectos não exaustivos, mas importantes para desvendar um pouco o que é inteligência artificial (IA).
Fábio G. Cozman, da Escola Politécnica da USP e diretor do Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) em IA, nos apresenta uma segmentação de IA em diferentes áreas a partir de um ponto de vista temático. Mais que uma classificação, apresenta sua visão sobre o futuro das áreas de pesquisa e suas aplicações. Se a variedade das ramificações é impressionante, há um tema central que se repete em cada subárea e será sempre o primeiro passo em cada estudo. Este é o problema de representação do conhecimento. Não há uma única forma e a escolha de um tipo de representação significa que haverá a necessidade de algum tipo de redução dimensional, não importando se os métodos de IA são baseados em linguagens lógicas formais de manipulação de regras ou em aprendizado de máquinas, por exemplo.

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Nestor Caticha

A área de inteligência artificial, ocupada com a criação de dispositivos que apresentem comportamento identificado como inteligente, teve explosivo crescimento nos últimos anos. Este artigo procura classificar as várias subáreas da inteligência artificial e sugerir algumas linhas de pesquisa que devem levar a resultados promissores nos próximos anos.

Palavras-chave: pesquisa em inteligência artificial; inteligência artificial e sociedade; aprendizado de máquina.

The field of artificial intelligence, occupied with the creation of devices that are considered intelligent, has had explosive growth in recent years. This article seeks to classify the various subareas of artificial intelligence and suggest some lines of research that should lead to promising results in the coming years.

Keywords: research in artificial intelligence; artificial intelligence and society; machine learning.

 

Defendem-se duas teses. A primeira, de que há duas tradições para a pesquisa sobre inteligência artificial. Uma delas remonta à tradição milenar das observações astronômicas com a coleta e tratamento de dados. A outra é a ciência moderna A segunda tese é de que a primeira e mais importante contribuição da pesquisa em inteligência artificial é a proposta, por Hobbes, de desenhar o Estado como uma máquina autônoma – aproveitar os benefícios das máquinas de precisão – para a industrialização da sociedade e de que esse modelo de Estado é o principal fator da Revolução Industrial.

Palavras-chave: Estado como máquina; inteligência artificial; tratamento de dados; computador.

Two theories are defended. The first, that there are two traditions for research on artificial intelligence. One of them goes back to the millennial tradition of astronomical observations with data collection and processing. The other is modern science. The second theory is that the first and most important contribution to the field of artificial intelligence is Hobbes’ proposal to design the State as an autonomous machine – take advantage of the benefits of precision machines – for the industrialization of society and that this State model is the main factor of the Industrial Revolution.

Keywords: State as machine; artificial intelligence; data processing; computer.

 

Após mais de 60 anos de evolução, a inteligência artificial acelera seu desenvolvimento, impulsionada por novas tecnologias, devendo trazer grandes possibilidades aos países que a adotarem em larga escala. Este artigo apresenta uma visão geral das estratégias nacionais lançadas nos últimos anos, com o objetivo de ressaltar a importância de que o Brasil defina uma política pública para promover a adoção da inteligência artificial. Estudos recentes mostram que a disseminação das técnicas de inteligência artificial irá alargar ainda mais a desigualdade entre as nações, fazendo com que o atraso nessa área se torne um caminho sem volta.

Palavras-chave: inteligência artificial; política pública.

After more than 60 years of evolution, artificial intelligence, driven by new technologies, has accelerated its development and should bring great possibilities to countries that adopt it on a large scale. This article presents an overview of the national strategies launched recently, aiming to highlight the importance for Brazil to define a public policy to promote the adoption of artificial intelligence. Recent studies show the spread of artificial intelligence techniques will further widen inequality among nations, making the delay in this area a path without return.

Keywords: artificial intelligence; public policy.

 

O objetivo deste artigo é mostrar em casos simples como funcionam as redes neurais. Nesse sentido, embora seja possível descrever o funcionamento de uma rede neural de arquitetura profunda de várias formas, neste artigo optou-se pela descrição em termos da construção e reconstrução de representações internas à medida que a informação se propaga pela rede.

Palavras-chave: redes neurais; inteligência artificial.

The aim of this article is to show in simple cases how neural networks function. Although it is possible to describe the functioning of a neural network of deep architecture in various ways, this article opted for the description in terms of construction and reconstruction of internal representations as the information propagates through the network.

Keywords: neural networks; artificial intelligence.

 

Páginas especiais:

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