USP é a primeira do mundo na pesquisa em cosméticos

Universidade ficou à frente de instituições como Food and Drug Administration (FDA), da empresa Procter & Gamble e da Universidade de Harvard

 20/05/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 16/07/2019 as 14:24
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Foto: FCFRP - Patrícia Maia Campos/Arquivo Pessoal
Foto: FCFRP – Patrícia Maia Campos/Arquivo Pessoal

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A USP conquistou o primeiro lugar no ranking das mais produtivas instituições de pesquisa científica do mundo na área de cosméticos. A Universidade ficou à frente da Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana responsável por testes e estudos de alimentos, remédios e cosméticos antes de sua comercialização; da empresa Procter & Gamble; e da Universidade de Harvard.

De 2005 a 2015, a USP publicou 177 artigos, contra 108 da FDA e 103 da Procter & Gamble. A informação consta no estudo State of Innovation 2016, divulgado no dia 11 de maio. Ele foi produzido pela área de negócios de Propriedade Intelectual e Ciência da Thomson Reuters, provedor em soluções e informações para empresas e profissionais. Os dados do relatório foram compilados usando as plataformas Derwent World Patents Index e Web of Science.

O estudo foi criado em 2009 para analisar dados globais de propriedade intelectual como principais indicadores de inovação em 12 áreas tecnológicas: Aeroespacial e Defesa; Automotivo; Biotecnologia; Cosméticos e Bem-Estar; Comida, Bebida e Tabaco; Eletrodomésticos; Tecnologia da Informação; Equipamentos Médicos; Óleo e Gás; Farmacêutica; Semicondutor; Telecomunicações. De todas essas áreas, a USP foi citada apenas na categoria de Cosméticos e Bem-Estar, liderando a lista.

Fonte: Thomson Reuters Web of Science
Fonte: Thomson Reuters Web of Science

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Para essa análise, o State of Innovation faz o levantamento de atividades de depósito de patentes e publicações científicas em todo o mundo. As pesquisas acadêmicas são acompanhadas porque elas precedem a descoberta e a proteção de direitos de inovação.

O destaque da USP na produção científica na área de cosméticos foi confirmada em levantamento feito pelo Departamento Técnico do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi) da USP, a pedido do Jornal da USP, utilizando outra base de dados, Scopus, considerada mais abrangente em termos de fontes de informação. O levantamento também teve o período ampliado: de 1996 a 2015.

As instituições com maior quantidade de produção indexadas na base Scopus na área nesse período foram: USP em primeiro lugar com 343 publicações; a segunda colocação é da Universidade da Califórnia, com 207 trabalhos; e a empresa Procter & Gamble ficou na terceira posição, com 197 artigos.

Fonte de Dados: Scopus© 2016 by Elsevier B.V.- Levantamento de Dados: Depto. Técnico do SIBiUSP
Fonte de Dados: Scopus© 2016 by Elsevier B.V.- Levantamento de Dados: Depto. Técnico do SIBiUSP

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State of Innovation 2016

O State of Innovation traz algumas descobertas sobre a inovação mundial, como o fato do volume total de patentes em todo o mundo ter crescido em um ritmo anual de 13,7% em 2015, impulsionando o crescimento geral de patentes para além de 100% desde o lançamento do estudo em 2009. O relatório destacou ainda o sucesso dos modelos de inovação aberta que são “baseados na parceria de corporações, universidades, órgãos governamentais e institutos de pesquisa para lançar novas tecnologias no mercado. Isso ocorre principalmente entre as multinacionais e os institutos de pesquisa mais produtivos”.

Foto: FCFRP - Patrícia Maia Campos/Arquivo Pessoal
Aparelho determina o nível de hidratação da pele | Foto: FCFRP – Patrícia Maia Campos/Arquivo Pessoal

O modelo de inovação aberta ajuda a entender a posição da USP no primeiro lugar do ranking de pesquisa em cosméticos. “Os convênios e parcerias com o setor produtivo são fundamentais para a inovação”, afirma a professora Patricia Maia Campos, coordenadora do Núcleo de Estudos Avançados em Tecnologia de Cosméticos (Neatec), da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP.

O Neatec, por exemplo, possui parcerias com empresas, como a L’Oreal, Alergisa, Ourofino, e mesmo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão brasileiro de regulação de produtos e serviços que possam afetar a saúde.

Apesar dos estudos na área de cosméticos envolverem outros grupos de pesquisa na USP, Patrícia destaca que as pesquisas do Neatec representam uma parcela significativa desse primeiro lugar no ranking das pesquisas em cosmetologia. “Nos últimos 10 anos, publicamos 67 artigos em periódicos indexados, temos cinco patentes, sem contar capítulos de livros, participação em eventos, convênios e prêmios”, afirma.

As cinco patentes são de produtos tecnológicos, sendo um deles depositado no exterior, um registrado e em licenciamento e outros três depositados no Brasil. Patrícia destaca a importante ajuda da Agência USP de Inovação, que cuidou de todo o processo de depósito de patentes.

Além disso, ela acredita que, para a USP manter a excelência na área de cosméticos, alavancando ainda mais os resultados obtidos na última década, é necessário alinhar a pesquisa às necessidades de mercado. “Através das empresas é o meio mais rápido para agilizar as parcerias e gerar inovação. Portanto, a USP precisa agilizar as parcerias”, salienta.

Neatec

O Núcleo de Estudos Avançados em Tecnologia de Cosméticos (Neatec) foi fundado em 1998, pela professora Patrícia Maia Campos, pesquisadora responsável que atua na área de pesquisa e desenvolvimento de cosméticos há mais de 20 anos.

Com a ajuda da Fapesp, construiu instalações para a pesquisa clínica. De acordo com Patrícia, o Neatec permitiu a formação de equipe altamente treinada de pesquisadores e pós-graduandos com grande aporte de experiência na área, inclusive internacional. “O Núcleo contribuiu com a formação de mestres e doutores e nos alertas científicos para comitês de saúde, bem como, para as empresas cosméticas e de produtos dermatológicos”.

Com informações da assessoria de imprensa da Thomson Reuters


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