
Não seria exagero comparar a grandeza da Usina Hidrelétrica de Itaipu com a dos 72 times brasileiros que participaram da final nacional da 23ª Maratona de Programação, nos dias 11 e 12 de novembro, em Foz do Iguaçu. Mergulhados na resolução de 13 desafios de programação, havia ao menos 288 estudantes, levando em conta que cada equipe possui três competidores e técnicos. Com a exceção do Amapá, times de todos os estados brasileiros participaram da maratona.
Realizada simultaneamente em toda a América Latina, a competição contou com 443 times, sendo que os brasileiros se destacaram: entre os 20 primeiros colocados, 14 foram do Brasil. E o maior vencedor foi a USP.
A equipe campeã brasileira e latino-americana de 2017 é a do Instituto de Matemática e Estatística (IME). Chamado de ¯\_( “/ )_/¯, o time é formado por Yan Couto, Victor Sena Moleiro e Arthur Nascimento e os técnicos Renzo Gomez e Marcos Kawakami.

A outra medalha de ouro veio da USP em São Carlos, o Trei Linha é composto por Samuel Ferreira, Lucas Pacheco e Rodrigo Weigert, todos estudantes do curso de Ciências de Computação e membros do Grupo de Estudos para a Maratona de Programação (GEMA) do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC).
Os dois técnicos que orientaram a equipe também são do GEMA: Bruno Sanches e Danilo Tedeschi, alunos de mestrado do instituto. Eles conhecem bem a trajetória de um maratonista-programador ou de um programador-maratonista, pois conquistaram a medalha de ouro na Maratona de Programação em 2015 e já participaram de uma final mundial da competição, realizada na ilha de Phuket, na Tailândia, em maio de 2016.
“A estratégia de passar o conhecimento obtido nas competições de uma geração de estudantes para outra tem sido muito bem-sucedida, conforme mostram os excelentes resultados alcançados nos últimos anos pelo Instituto”, explica o professor João Batista, que coordena o GEMA. “É um ciclo virtuoso que precisamos manter: os ex-competidores treinam os atuais participantes. Em termos técnicos, os ex-competidores conhecem mais sobre os desafios de programação do que os professores e sabem quais lacunas precisam ser eliminadas para que os estudantes possam seguir adiante”, revela João, que acompanhou os alunos durante o desafio em Foz do Iguaçu.

A USP também ganhou a medalha de prata com outro time do IME: o dog hits dog. Formado pelos estudantes Gabriel Oliveira, Nathan Benedetto Proença, Pedro Sousa, o time teve orientação dos técnicos Renzo Gomez e Marcos Kawakami.
A conquista colocou os times da Universidade entre os melhores da América Latina e garantiu a eles o direito de participar da final mundial da competição em Beijing, na China, que será realizado entre os dias 15 a 20 de abril de 2018. É a terceira vez que uma equipe da USP é campeã da maratona em 22 edições da competição e será a 15ª vez que a Universidade representará o Brasil em uma final mundial.
Com informações de Denise Casatti, da Assessoria de Comunicação do ICMC