Blog
Imagem de satélite da Reserva Florestal do Instituto de Biociências da USP - Reprodução /Google Maps
Reserva da Mata Atlântica na USP recebe projeto para visita e preservação
Área de reserva do Instituto de Biociências deverá abrigar plataforma de exercícios, trilhas recreativas e locais de observação; projeto também calculará nível de preservação da mata
Tabita Said
102 mil metros quadrados de floresta nativa sobrevivem intocados no meio da Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, campus Butantã da USP. O fragmento é um dos poucos remanescentes da Mata Atlântica na cidade de São Paulo. A área foi decretada como reserva florestal de proteção permanente em 1973, mas é preservada pela USP desde 1942, quando parte das terras do Instituto Butantan foi cedida para a instalação da Cidade Universitária.
Conhecido como “Reserva” ou “Matinha” do IB, o local fica sob responsabilidade do Instituto de Biociências da USP, que iniciou um projeto de integração da floresta urbana. A expectativa do projeto é que o ambiente seja utilizado como laboratório natural, possibilitando novas descobertas científicas e a formação de estudantes. A área deverá ser adequada para oferecer ainda atividades de promoção do bem-estar, como caminhadas recreativas e educativas, observação e interação com a natureza.
“Temos um plano para transformar isso em um modelo de parque urbano, de floresta urbana. A nossa visão é que ele possa ser usado para ensino, que os professores possam voltar a levar nossos alunos; para visitação de alunos da rede pública, em geral, e para pesquisa também”, afirma Marcos Buckeridge, diretor do IB e um dos coordenadores do projeto.
Ele também iniciou uma parceria com a Escola Politécnica da USP para compreender o funcionamento da reserva inserida na cidade por meio de um sistema de sensores. “Vamos coletar índices do nível de conservação e preservação da mata, ver quanto ela está produzindo de carbono. E, depois de testados aqui, vamos utilizar em outras florestas urbanas das cidades. A ideia é ser um piloto”, conta. A ação será viabilizada por meio de um edital de apoio a Projetos Integrados de Pesquisa em Áreas Estratégicas (PIPAE).
Marcos Buckeridge é diretor do Instituto de Biociências da USP - Foto: Fernanda Rezende
Reserva do Instituto de Biociências da USP recebe projeto de interação com floresta urbana. Atualmente o local tem acesso restrito a pesquisadores e estudantes - Fotos: Marcos Santos
A reserva florestal do IB abriga fauna diversa e quase 200 espécies de arbustos e árvores, como o cedro, o araribá, figueiras e inúmeras ervas, lianas e epífitas. Diversas espécies de aves podem ser vistas na região, além de gambás e saguis.
A “Matinha” do Instituto de Biociências da USP é um remanescente de floresta localizado no interior da Cidade Universitária. Clique no player para interagir com a imagem:
Modelo 3D: Tipuana Imagens. Imagens: Prof. Marcelo Zuffo - Centro Interdisciplinar de Tecnologias Interativas da Escola Politécnica
O local abriga ainda um lago artificial que concentra águas originárias de um afluente do Rio Pinheiros. De acordo com o diretor do IB, é preciso estudar as condições da nascente para preservá-la. Para isso, o projeto deve estender as parcerias e cooperações a outras unidades e institutos da própria USP, entre eles o Instituto de Astronomia e Geofísica e o Instituto de Ciências Biomédicas.
A Superintendência de Gestão Ambiental da USP disponibilizou aporte financeiro para ações de manejo no local. Agora, em parceria com a empresa Greenheart, o projeto está em fase de captação de novos recursos e elaboração de projeto arquitetônico.
“Nesta primeira fase, faremos reparação nas cercas e portões, instalaremos câmeras de monitoramento em parceria com a Superintendência de Prevenção e Proteção Universitária da USP e uma campanha de conscientização”, explica Vânia Pivello, que integra a comissão da reserva florestal do IB. Para a professora, é imprescindível que as pessoas tenham consciência da importância da reserva e da necessidade de cuidar da biodiversidade presente ali.
Os fragmentos florestais urbanos têm uma grande importância para as cidades, pois contribuem para a manutenção de um clima mais ameno, diminuem a poluição atmosférica por substâncias particuladas, protegem o solo de erosão e oferecem locais adequados para diversos animais e plantas, enriquecendo a biodiversidade urbana.
Saiba mais sobre o projeto clicando aqui.
Vânia Pivello é professora do Instituto de Biociências e uma das responsáveis pelo projeto de integração da floresta urbana - Foto: Reprodução/IB
O que está previsto no projeto?
Estrutura
Em forma de ponte, a trilha suspensa autoguiada atravessará o ribeirão Tejo, proporcionando aos visitantes um passeio entre as copas das árvores
A trilha monitorada percorrerá o fragmento florestal e será o principal acesso para atividades de pesquisa, ensino e extensão. Os visitantes poderão realizar práticas educativas guiadas, caminhadas e observação da fauna e flora
O Centro de Visitantes oferecerá apoio aos pesquisadores e acolhimento a grupos de visitantes, contando com orientação por monitores e informações sobre a reserva
A reserva contará com plataforma em locais planos, junto ao lago formado pelo barramento do ribeirão Tejo, oferecendo recepção e contemplação da natureza de forma inclusiva
Localizado na parte mais alta da mata, o Mirante propiciará uma visão panorâmica da reserva e vista parcial da cidade de São Paulo
Placas de orientação e conscientização serão instaladas ao longo das trilhas e em pontos estratégicos. O acesso será controlado e haverá monitoramento por câmeras
*As instalações definitivas serão feitas após análises ambiental e topográfica
CLIQUE SOBRE A IMAGEM PARA AMPLIÁ-LA
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.