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Foto: Divulgação/demonumenta FAU USP
Projeto usa realidade aumentada para promover discussão sobre patrimônios históricos
Projeto demonumentaRA da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP oferece aplicativo para celular que permite visualizar monumentos a partir da Praça do Relógio, na Cidade Universitária
O projeto demonumentaRA vai inaugurar no dia 30 de setembro, às 17h30, uma experiência em realidade aumentada na Praça do Relógio da USP, na Cidade Universitária, bairro do Butantã, em São Paulo. Nela, o participante utiliza um aplicativo original e gratuito, com audioguias, para acessar modelos 3D de monumentos da cidade, que foram, em sua grande maioria, inaugurados durante datas comemorativas da história brasileira. O objetivo é discutir a colonialidade do patrimônio histórico e acervos públicos da cidade a partir da observação e reflexão sobre 22 monumentos. O aplicativo estará disponível no dia do lançamento nas lojas de aplicativos Google Play e App Store.
A intervenção imersiva integra o projeto demonumenta, idealizado pela artista e professora Giselle Beiguelman, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, e pelo artista Bruno Moreschi, que contam com a concepção e direção geral do designer Luís Felipe Abbud. O foco do projeto são os monumentos criados para a celebrações de 1922, incluindo as repercussões da Semana de Arte Moderna e do Centenário da Independência nas décadas posteriores, como 1954, ano do IV Centenário da Cidade de São Paulo, e em 1972, data do sesquicentenário da Independência, promovida pela ditadura militar sob o governo de Emilio Garrastazu Médici.
“O demonumentaRA é o resultado de um projeto de ensino, pesquisa e extensão, desenvolvido integralmente na FAU, envolvendo alunos de graduação e pós-graduação dos cursos de Arquitetura e Design, com participação de outras unidades como o Instituto de Matemática e Estatística (IME) e o Museu Paulista da USP. Ele propõe uma reflexão sobre o patrimônio histórico, a partir de uma abordagem transversal do conhecimento, sem hierarquizar a teoria em relação às práticas, e o lugar do aluno e do professor”, destaca Giselle. “O projeto pensa a universidade pública em interlocução com a sociedade, combinando pesquisa histórica e tecnologias digitais, por meio de uma experiência lúdica, interativa e pedagógica”, explica.
A parte expositiva do projeto conta com expositores espalhados pela Praça do Relógio da USP, contendo informações sobre monumentos históricos da cidade de São Paulo, acessíveis pelos visitantes por um aplicativo gratuito para smartphone com interface para realidade aumentada.
Giselle Beiguelman, professora da FAU, idealizadora do projeto demonumentaRA juntamente com o doutorando Luis Felipe Abbud - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Ilustração do aplicativo para smartphone desenvolvido para a exposição demonumentaRA - Fotos: Divulgação / demonumenta FAU USP
A mostra também vai promover rodas de conversa e projeções no campus, tematizando a pertinência e a atualidade de formas, simbolismos, significados e representatividade desses monumentos em meio à diversidade de nosso contexto sociocultural contemporâneo.
A lista dos monumentos do projeto inclui o Obelisco e Largo da Memória, de autoria de Vicente Gomes Pereira e Daniel Pedro Muller, José Washt Rodrigues e Victor Dubugras, 1814-1922; Casa do Grito, de autoria desconhecida, 1844; Monumento à Independência, de Ettore Ximenes, 1922; Monumento a Carlos Gomes, de Luiz Brizzolara, 1922; Monumento a Olavo Bilac, de William Zadig, 1922; Fonte e Chafariz do Parque da Independência, de Francisco Prestes Maia, 1922; Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo, de Amadeo Zani, 1925; Fonte Monumental, de Nicolina Vaz de Assis Pinto do Couto, 1927; Herma de Luiz Gama, de Yolando Mallozzi, 1931; Monumento a Anhanguera, de Luigi Brizzolara, 1935; Índio Caçador, de João Batista Ferri, 1940; Depois do Banho, de Victor Brecheret, 1941; Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret, 1953; Padre Anchieta, Apóstolo do Brasil, de Heitor Usai, 1954; Obelisco e Mausoléu do Soldado Constitucionalista de 1932, de Galileo Emendabili, 1954; Aspiral do IV Centenário, de Oscar Niemeyer, 1954; Monumento à Mãe Preta, de Júlio Guerra, 1955; Monumento a Duque de Caxias, de Victor Brecheret, 1960; Estátua de Borba Gato, de Júlio Guerra, 1963; José Bonifácio de Andrada e Silva, Patriarca da Independência, de Alfredo Ceschiatti, 1972; Monumento a Ramos de Azevedo, de Galileo Emendabili, 1974; e Monumento a Garcia Lorca, Flávio de Carvalho, 1979.
A plataforma do demonumentaRA foi desenvolvida por alunos e professores da FAU, em parceria com outras instituições e centros de pesquisa, como o C4AI – Inova USP, o Citi – USP, o Museu Paulista, o MIT Open Documentary Lab e o PISA, e correalização da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP. O projeto é feito em parceria com a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) da USP e realizado com apoio do Programa de Ação Cultural (Proac) do governo do Estado de São Paulo, da Prefeitura do Campus USP da Capital e da Fundação Universidade de São Paulo.
Para saber mais sobre o projeto acesse o site do demonumenta neste link, que possui material informativo e textos de autoria dos colaboradores do projeto, além de maquetes virtuais, fotos e bibliografia.
Exposição: demonumentaRA
Abertura: 30 de setembro, segunda-feira, às 17h30
Período expositivo: de 30 de setembro a 19 de dezembro de 2022
Acesso gratuito
Local: Praça do Relógio, Cidade Universitária, USP
Informações pelo site www.demonumenta.fau.usp.br e pela rede social Instagram
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Texto adaptado da Assessoria de Comunicação do projeto demonumentaRA
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