Projeto busca requalificar professores do ensino básico

Mais de 5 mil professores já participaram de cursos de atualização do Encontro USP-Escola

 29/01/2018 - Publicado há 6 anos
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O projeto fomenta a inclusão de grupos de minoria através da cultura – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

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Criar kits experimentais para o ensino de ciências e física, desenvolver materiais didáticos e, principalmente, atualizar professores do ensino básico de escolas públicas e privadas no desafio de educar. Essas são algumas das propostas do Encontro USP-Escola, um projeto organizado pelo Instituto de Física (IF) da USP que já requalificou mais de 5 mil professores desde 2007.

Entre os dias 15 e 19 de janeiro, foi realizada mais uma edição do projeto, que ocorre em duas edições anuais (janeiro e julho). Os professores participaram de cursos em diferentes espaços da Universidade, como o Museu de Zoologia e o Museu de Arte Contemporânea.

Nessa edição, foram abordados diversos temas, desde as teorias de Newton a Direitos Humanos, com a inclusão de minorias nas estratégias no ensino, como a história das mulheres, a questão de gênero e a resistência indígena. O projeto também promoveu palestras e cursos sobre metodologias mais interativas de aula com experimentos de Física e o uso de jogos em aulas de trigonometria do ensino médio. Tudo realizado por professores de diferentes áreas de ensino da USP.

Estratégias de ensino em que o aluno é ativo ganham destaque no USP-Escola – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

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A professora Antonia Terra, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP participou do USP-Escola com uma palestra sobre a História das Mulheres. Para ela, é importante um projeto que valorize assuntos de minoria e direitos humanos, como os que foram tratados.

“A Universidade tem responsabilidade nessas questões e precisa interagir mais com a sociedade, porém, ao passo que aquela tem responsabilidade social nessas questões, ela necessita de tempo, para que sejam feitas as pesquisas, e a sociedade deve ter paciência e organização para ouvir e aprofundar.”

Nos cursos do USP-Escola, são passadas metodologias de ensino para que os alunos possam aprender de forma mais eficiente, melhorando assim o ensino público. A professora do IF e coordenadora do projeto, Vera Henriques, destaca que é muito importante a participação do aluno na sala de aula. “Estudos de neurociências e psicologia indicam que, se o aluno está passivo, ele aprende muito pouco, então são importantes essas metodologias que o projeto repassa ao professor do ensino básico, para que estimule o aluno a pensar, a agir e a fazer, e temos muito isso nos nossos cursos.”

As palestras contaram com a presença de professores do ensino básico – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

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Origem do USP-Escola

Antes chamado de Projeto IF-USP Escola, o Encontro USP-Escola começou após a proposta da Comissão de Cultura e Extensão do IF de unir os diversos cursos de atualização existentes na Universidade. “Surgiu pequeno, em 2007, com três cursos e cerca de 70 participantes”, conta Vera. À época, o apoio para o programa, que foi até 2015, vinha da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP.

“Em 2011, a USP concorreu e ganhou participação num programa da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que se chamava Novos Talentos. Ele visava justamente ao fortalecimento da educação pública e do estudante na escola pública”, diz a professora. Segundo ela, foi sob a égide desse programa que surgiu a ideia de ampliar o Projeto IF-USP Escola e transformá-lo no Encontro USP-Escola.

Em 2014, o programa foi encerrado e desde então o apoio à continuidade do encontro tem sido dado pelo Instituto de Física e sua diretoria e, mais recentemente, pela Pró-Reitoria de Graduação da USP.

Para conferir as próximas datas dos cursos do USP-Escola, é preciso acompanhar o site do projeto.
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