Foto: Reprodução/Brigada Solidária da Saúde

Plataforma mapeia ações solidárias para atenuar efeitos da covid-19

Formada por alunos da USP, Brigada Solidária da Saúde está reunindo ações no País para facilitar o acesso a quem deseja ajudar

19/08/2020

Onde encontrar e como contribuir com grupos que atuam para combater os efeitos da pandemia na vida de milhares de famílias brasileiras? A resposta pode ser a Brigada Solidária da Saúde, uma plataforma on-line que reúne coletivos, movimentos e ações do País que trabalham em defesa da vida e da saúde pública, com arrecadação de alimentos, produtos de higiene e limpeza, além de divulgação de informações no combate à covid-19. 

O movimento é coordenado por estudantes da USP, principalmente da Faculdade de Saúde Pública (FSP), em São Paulo. Começou no início da quarentena, quando o grupo sentiu a necessidade de fazer algo com relação ao cenário de dificuldades que estava se desenvolvendo. “Notamos que o desejo de contribuir era muito maior, não só entre nós, mas em diversos setores da sociedade, e que muitos não sabiam como ajudar”, diz Luciane Sampaio, estudante do curso de Saúde Pública e uma das participantes. 

Assim surgiu a ideia de mapear iniciativas já existentes, que estivessem articulando apoios à população, como forma de mitigar os danos causados pela covid-19. Para a estudante, “muitos perderam seu meio de sustento, ou ficaram impossibilitados de trabalhar. E agir para que essas pessoas tenham condições mínimas para poderem ficar em casa é de extrema necessidade.”  Assim, as primeiras ações da brigada foram estritamente ligadas à pandemia. Mas o grupo tem outras ideias para a plataforma que estejam relacionadas ao debate sobre saúde com a população. O objetivo é contribuir com os conhecimentos provenientes da Universidade e construir pontes para uma vivência coletiva da saúde e defesa da vida.

Mapeamento de ações comunitárias

Já foram mapeadas 82 iniciativas até o momento, a maioria localizada no Estado de São Paulo. As ações são divididas em categorias para facilitar a escolha de quem deseja ajudar, caso se identifique com alguma causa. A plataforma apresenta: indígenas, “quebradas”, “minas”, “galera”, “ocupas”, população LGBT+, população carcerária e população de rua. Por exemplo, uma das iniciativas que chamaram a atenção da brigada é a proposta da comunidade Vila Nova Esperança, na cidade de São Paulo, que adota ações coletivas para transformar o local em uma região 100% ecológica e sustentável.

No início, o grupo realizava um trabalho de pesquisa e busca de coletivos e projetos para divulgá-los. Os dados e as informações eram então padronizados e publicados no site. Depois, foi criado um formulário on-line para receber propostas, acompanhado de um texto explicativo sobre a brigada, seu objetivo, além de questões sobre a iniciativa e possibilidades de divulgação no site. 

Surgimento da brigada

O projeto Brigada Solidária da Saúde começou de uma proposta de Helena Silvestre, estudante de Saúde Pública da USP que participa de coletivos e movimentos socioculturais. Atualmente, os responsáveis pelo projeto são Eloá Bastos, Júlia Soeiro, Lu, Lucca Nielsen, Luciane Sampaio e Victória Guerra. Com exceção de Eloá, estudante de Matemática, os demais membros são graduandos em Saúde Pública.

A brigada defende uma articulação aberta e coletiva e já contou com alguns apoios. Um deles é do desenhista e cartunista Alexandre Paixão, que criou as charges para o Não Jornal, espaço para discussões em diversos formatos, como entrevistas, quadrinhos, literatura ou música. O grupo também contribuiu com outro coletivo, organizando um banco de dados com grande volume de informações de uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Houve também a articulação com uma das iniciativas mapeadas, que fabrica máscaras de acetato, as face shields, e uma associação que estava realizando entregas de cestas básicas para garantir a segurança das pessoas durante as ações. Em outra frente, o grupo também criou tutoriais com orientações sobre como conseguir o auxílio emergencial do governo aos que perderam renda na pandemia.

Como participar?

Se você se identifica com a proposta de discutir sobre saúde, direito à vida digna e ao bem-estar, pode participar da Brigada Solidária da Saúde. É necessário ter disponibilidade de acompanhar as reuniões do projeto, quando são discutidas em conjunto as novas propostas. 

Para cadastrar uma iniciativa solidária e integrar o mapeamento feito pela brigada, é só preencher 
este formulário. Para conhecer as ações e contribuir, acesse o site: https://brigadasolidariadasaude.com/pt_br