Pesquisador da USP vence etapa brasileira do FameLab 2018

Guilherme Telles, da EEFE, irá para o Reino Unido participar da final da maior competição de comunicação científica do mundo

 04/05/2018 - Publicado há 6 anos
Guilherme Telles durante sua apresentação no FameLab – Foto: Divulgação / British Council Brasil

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Guilherme Defante Telles, aluno de pós-graduação da Escola de Educação Física e Esporte  (EEFE) da USP e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), venceu o FameLab Brasil 2018 e vai representar o Brasil na final mundial, em junho, no Reino Unido. Iniciativa do British Council, o FameLab é o maior concurso de comunicação científica do mundo, e ocorre em 32 países simultaneamente.

A etapa brasileira foi realizada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, no dia 27 de abril. O júri foi composto de sete representantes de instituições de fomento à pesquisa e de divulgação científica. Cada um dos 11 finalistas teve apenas três minutos para fazer a apresentação. Eles foram julgados com base no critério dos 3 C’s: carisma, conteúdo e clareza. Os mestres de cerimônia da noite foram Iberê Thenório e Mari Fulfaro, do canal Manual do Mundo.

Final brasileira ocorreu no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro – Foto: Divulgação / British Council Brasil

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Num auditório com mais de 300 pessoas, Telles conquistou o júri com uma apresentação sobre como a prática de exercícios físicos estimula a produção de exossomos (vesículas que carregam diversas moléculas, inclusive material genético) e promove e regula a resposta imune.

“Eu estava confiante, mais tranquilo que na semifinal, mas ao mesmo tempo tenso porque tinha dúvida sobre o uso de um recurso que acabei usando – o aviãozinho de papel”, disse. Durante sua apresentação, ele jogou um aviãozinho de papel para a plateia, com uma palavra escrita, para alguém pegar e ler. Ele atribuiu sua boa performance ao timing perfeito da apresentação e aos conselhos e apoio que recebeu dos coaches que o treinaram antes da apresentação.

O público também votou e elegeu como favorita a física Priscilla Andressa de Souza Silva, formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com doutorado em Engenharia Aeronáutica e Mecânica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Única concorrente da área de exatas na final, ela falou sobre a possibilidade de ir ao espaço buscar metais e minérios contidos em asteroides.

“Nós percebemos que o público tem sede de conhecer ciência e pesquisa. E mostramos aqui que os cientistas são, antes de mais nada, pessoas: eles podem usar a emoção, o humor e outras ferramentas para transmitir ciência,” afirmou a pesquisadora, que também coordena o projeto de extensão universitária Ciência no Feminino: inspirando futuras cientistas. “Vou me dedicar a difundir essa experiência para trazer mais mulheres da área de exatas para o concurso. Vou investir tempo e energia nisso, porque é importante.”

A plateia deu aval a essa visão. Composta de crianças, jovens e adultos de todas as idades, cada nova apresentação era recebida com suspense e curiosidade. “Eu não esperava que seria tão divertido. É uma maneira incrível de mostrar que ciência não precisa ter aquela cara sisuda”, resumiu o designer gráfico Fernando Ramos, que mantém um podcast sobre curiosidades na internet. “Vamos fazer um especial sobre o FameLab”, disse ele.

Foto: Divulgação / British Council Brasil

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Importância do concurso

Para o diretor presidente do British Council, Martin Dowle, a iniciativa é fruto do compromisso que a instituição tem com a ciência e seu entendimento. “Os conceitos estão ficando cada vez mais complexos, e o entendimento público nem sempre acompanha. Há uma desconexão entre o campo científico e o entendimento do público, da sociedade”, afirmou. “O FameLab é uma contribuição do British Council para ajudar a mudar esse quadro.”

Diana Daste, gerente sênior de Educação Superior da instituição, reforça a ideia de “ciência para todos” como a grande bandeira do evento, mas lembra a necessidade de trabalhar também para posicionar a ciência numa agenda de políticas públicas. “É importante gerar informações que possam melhorar as políticas públicas e que contribuam para embasar as decisões governamentais sobre investimento em ciência, pesquisa e tecnologia.”

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Sobre o FameLab Brasil

Esta foi a terceira edição do concurso realizada no Brasil. Para concorrer, o interessado precisava ser pesquisador (bolsista ou não) e enviar um vídeo, em português e inglês, explicando um conceito científico relevante para a sociedade, sem uso de edição ou dispositivos eletrônicos.

No total, foram 119 inscritos, sendo que 30 foram selecionados para a semifinal e depois outros 11, para a final. Todo o processo de seleção foi feito no Museu do Amanhã e durou cinco dias, entre 23 e 27 de abril. Entre uma etapa e outra, os participantes receberam treinamento de experts em comunicação científica, da Inglaterra e do Brasil.

Nesta edição, o FameLab contou com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), por intermédio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTIC); do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap); da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); e do Museu do Amanhã.

Karina Ninni/ Da Assessoria de Imprensa do British Council 

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