Nova exposição do Museu do Ipiranga questiona a degradação ambiental e social em meio à crise climática global

Com obras do século 19 ao tempo presente, o museu ligado à USP propõe as possibilidades da arte no debate sobre temas contemporâneos; exposição será inaugurada no dia 5 de novembro

 31/10/2024 - Publicado há 1 mês
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Quadro pintado de um terrenos degradado com pouco mato verde e um céu vermelho de queimadas
Quadro Independência e Morte, obra do artista contemporâneo Jaime Lauriano, que estará em diálogo com obras do acervo histórico do Museu do Ipiranga – Foto: Divulgação/MP

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“Os olhos ardem, a garganta resseca, as narinas queimam e os pulmões sufocam. É a vida humana em risco. Entre passado e presente, a ideia de progresso se esvai como fumaça.” Esse é o fio norteador de
Onde há fumaça – Arte e Emergência Climática, a nova exposição temporária do Museu do Ipiranga, o Museu Paulista (MP) da USP. A exposição será inaugurada no dia 5 de novembro e ficará no Salão de Exposições Temporárias do museu, com entrada gratuita. A visitação é de terça a domingo, das 10 às 17 horas, sendo a última entrada às 16 horas. 

Sob a curadoria do Micrópolis, grupo formado pelos arquitetos e pesquisadores Felipe Carnevalli, Marcela Rosenburg e Vítor Lagoeiro, o acervo histórico do Museu do Ipiranga dialoga com obras de artistas contemporâneos, destacando o processo de degradação ambiental e social ao longo do tempo. A proposta da exposição é questionar a ideia de progresso ainda dominante, em contexto de crise climática global. 

A exposição trará pinturas e fotografias do tempo passado e do presente. Artistas como Benedito Calixto e Henrique Manzo, importantes pintores paulistas do final do século 19 e início do século 20, dialogam com trabalhos de artistas como Alice Lara, André Vargas, Bruno Novelli, Davi de Jesus do Nascimento, Anderson Kary Bayá e Xadalu Tupã Jekupé. A justaposição é uma escolha da curadoria que busca fomentar reflexões de como a construção da sociedade se deu e se dá ainda hoje. “As obras contemporâneas de diferentes maneiras perpassam o universo do agronegócio, das florestas devastadas, da secura dos rios, do racismo ambiental e da exploração dos corpos, mas também trazem a resistência do que resta, a potência do que se imagina e a esperança do que se constrói coletivamente”, afirma a curadora Marcela Rosenburg.

Vista parcial de São Paulo – Vila Guilherme (1944), de Nair Opromolla de Araújo (óleo sobre tela) e Transbordar (2020), de Roberta Carvalho – Imagens: Acervo do Museu Paulista e Reprodução/Roberta Carvalho

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Esta é a primeira exposição do museu desde a sua reabertura com uma curadoria totalmente externa. “Nos preocupamos em usar a memória e o patrimônio histórico como ferramentas de diálogo com o presente. Por isso, conectar nosso acervo com questões contemporâneas, como a emergência climática, é pauta central para a instituição”, diz a Aline Montenegro Magalhães, professora e chefe da Divisão de Acervo e Curadoria do museu. 

Como parte desse diálogo, foi incluído o trabalho de ativistas, cientistas e projetos sociais, como as obras do cientista britânico Ed Hawkins e do ambientalista brasileiro Eduardo Góes Neves. Felipe Carnevalli, um dos curadores, complementa: “Vemos o museu como espaço de diálogo entre campos do saber, por isso o desejo de trazer, junto das obras dos artistas, trabalhos que não estão no contexto artístico, mas que subvertem a própria ideia de arte quando colocados nesse lugar”.

Exposição Onde há fumaça – Arte e Emergência Climática
Data: 5/11/24 a 28/2/2025 (visitação de terça a domingo)
Horário: 10 às 17 horas (última entrada às 16 horas)
Local: Salão de Exposições Temporárias
Entrada gratuita (somente para esta exposição)

Museu do Ipiranga
Endereço: Rua dos Patriotas, 100
Funcionamento: Terça a domingo (incluindo feriados), das 10h às 17h (última entrada às 16h)
Bilheteria a partir das 9h
Ingressos para as exposições de longa duração: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)
Gratuidades: Quartas-feiras e primeiro domingo do mês, além de entrada franca para públicos específicos. Confira mais informações neste link.

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*Estagiária sob supervisão de Thais H. Santos e Claudia Costa, com informações da Assessoria de Imprensa do Museu do Ipiranga

 


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