O Jornal da USP e dois dos jornalistas da publicação, a editora de Ciências Luiza Caires e o repórter especial Herton Escobar foram agraciados no 4º Prêmio Einstein+Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar, promovido pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e pela newsletter Jornalistas & Cia. Foi homenageada, também, com a projeção de um filme especial, a ex-subeditora de Ciências do Jornal da USP, Valéria Dias, falecida neste ano (veja abaixo). A cerimônia foi realizada no último dia 4 de novembro, no Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein – Campus Cecilia e Abram Szajman, no bairro do Morumbi, em São Paulo.
O Jornal da USP, representado na cerimônia pelo seu editor Luiz Roberto Serrano, recebeu os prêmios:
· + Admirado Veículo Especializado em Jornalismo Científico;
· Placa de “reconhecimento por ter sido eleito entre os Top 3 na categoria veículo especializado em Jornalismo Científico + Admirado da Imprensa de Saúde, Imprensa e Bem-Estar”.
“A premiação é o reconhecimento da importância cada vez maior do Jornal da USP como veículo de informação científica, em todos os campos do conhecimento, presença enormemente ampliada nestes tempos de comunicação digital, que possibilita que chegue a todos os cantos do País e ao exterior”, afirma Serrano.
Tradição entre jornalistas de ciência
A editora de Ciências, Luiza Caires foi agraciada com três prêmios:
· Segundo lugar no Top 5 +Admirados Jornalistas de Saúde e Bem-Estar do Brasil;
· Primeiro lugar entre +Admirados da Categoria Jornalista especializada em Ciência;
· Primeiro lugar entre +Admirados – Categoria regional Sudeste.
“Apesar de relativamente recente, este prêmio tem se estabelecido como tradição entre os jornalistas de ciências e saúde. É um grande motivador para uma área que tem enfrentado desafios e até desânimo mesmo – seja diante do negacionismo e desinformação instalados na sociedade, seja diante de uma desvalorização do papel do jornalista nesta era em que somos vistos por alguns como desnecessários, já que as informações estariam amplamente disponíveis pela tecnologia”, comentou Luiza Caires.
E continuou: “Este reconhecimento nos diz que nosso trabalho ainda tem relevância social e no dia a dia das pessoas, que ainda podemos fazer diferença, seja ajudando a esclarecer temas da ciência, seja promovendo conhecimento para que cada um possa tomar decisões mais informadas sobre a própria saúde e também avaliar as políticas que seus representantes eleitos escolhem implementar”.
“No meu caso particular”, continua Caires, “embora eu já tenha feito muita coisa depois disso, acredito que minha premiação ainda seja reflexo do meu trabalho de divulgação científica durante a pandemia, fazendo uma conexão possível entre os especialistas e a população num momento de profunda insegurança. Este trabalho foi bastante ampliado já que eu usei como meios, além do Jornal da USP, as redes sociais, mostrando que com as necessárias regulamentações, elas são ferramentas com grande potencial, e seria uma grande perda vê-las dominadas apenas por interesses individuais dos donos das plataformas, como tem acontecido com o X (antigo Twitter)”.
Reconhecimento pelos colegas de profissão
Herton Escobar foi premiado na seguinte categoria:
• Top 25 de jornalistas +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar.
Segundo Escobar, “é sempre bom ter seu trabalho reconhecido pelo setor e pelos colegas de profissão; é um incentivo a mais para a gente continuar trabalhando, sabendo que estamos trilhando um bom caminho em meio a essa selva de desinformação que tomou conta da internet”.
E lembra: “Quando comecei no jornalismo científico, 20 e tantos anos atrás, nosso grande desafio era tornar a ciência mais presente e mais visível no noticiário. Hoje a batalha é muito mais árdua: além de produzir conteúdo original de qualidade, temos que lutar contra uma pandemia de desinformação, charlatanismo e negacionismo científico que se alastra sem limites pelas redes sociais. O bom jornalismo e a boa divulgação científica nunca foram tão necessários, especialmente na área da saúde, em que os efeitos colaterais da desinformação podem ser extremamente adversos”.
Diante desse desafio, Escobar afirma: “Minha maior preocupação sempre foi e sempre será a acurácia da informação jornalística. Não adianta fazer uma reportagem superbonita e superinteressante se as informações contidas nela não estiverem corretas e devidamente contextualizadas. Fazer isso num ambiente onde a maioria das pessoas consome informação de forma cada vez mais rápida e superficial está cada vez mais difícil, mas não podemos abrir mão desse rigor. Quero crer que os prêmios que recebemos sejam um reflexo desse esforço no Jornal da USP“.
Informação que muda hábitos
Diretor da Jornalistas&Cia, co-promotora da premiação, Eduardo Ribeiro destacou que os vencedores foram escolhidos em dois turnos de votação por jornalistas, assessores de imprensa e veículos de imprensa. “Estar entre os eleitos tem um valor ainda mais especial, por ser o reconhecimento do público mais crítico que qualquer profissional pode ter”, disse ele.
O presidente da Sociedade Israelita Beneficente Albert Einstein, Sidney Krajner, por sua vez, exaltou a importância da comunicação na saúde: “Informação, informação que estimula a mudança de hábitos, que conscientiza e empodera para o autocuidado, que fornece conhecimentos aos pacientes para tomarem decisão juntamente com seus médicos, que atualiza os outros avanços da ciência. Informação que também ajuda a combater as perniciosas notícias falsas”.
Assista ao filme em memória da jornalista Valéria Dias exibido na cerimônia do 4º Prêmio Einstein+Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar: