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Você sabe o que uma máquina lava-copos, um aplicativo de compras e um drone de pulverização têm em comum? Todos fazem parte de sete projetos inovadores de estudantes da USP que foram selecionados no programa Tim Academic Working Capital (AWC) – edição 2018.
O AWC é uma iniciativa do Instituto Tim, que apoia novos negócios de base tecnológica, a partir da criação de um produto, durante a realização do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), ou seja, aquela ideia inicialmente acadêmica tem a oportunidade de virar realidade e disputar o mercado.
Os projetos selecionados de todo o País recebem apoio financeiro e orientação para o desenvolvimento de seus negócios com base no produto desenvolvido, além de ter contato com possíveis investidores. O acompanhamento dos grupos começou em maio e continuará até dezembro. Confira os projetos da USP que foram selecionados.
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HeliDrop
Idealizado por alunos da USP, em São Carlos, o projeto HeliDrop consiste em uma empresa que oferece serviços de pulverização agrícola através da utilização de drones de alta capacidade de carga e autonomia de voo.
Além de ser mais preciso e veloz do que os métodos tradicionais, o agricultor também ganha em segurança. “O produtor rural que utilizar nossa solução será beneficiado com a redução de desperdício dos defensivos agrícolas e redução do risco de contaminação pessoal e ambiental”, afirma Bruno Lotto Bagarini, estudante da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, um dos idealizadores do projeto.
Sobre a consultoria oferecida pelo AWC, Bruno comenta que os workshops são uma excelente maneira de obter feedback a respeito da evolução do projeto. Segundo ele, a maior dificuldade está em conseguir recursos para finalizar um protótipo que permita demonstrar a solução a potenciais clientes.
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EcoCups
“Fiquei sabendo do AWC através de um amigo que mandou o programa por e-mail”, conta Rubens Henrique de Carvalho Maria, estudante de Engenharia Mecatrônica da USP, em São Carlos, e um dos idealizadores da EcoCups. O projeto consiste na construção de uma máquina automatizada de transformação de garrafas de vidro em utensílios domésticos, como copos e vasos, e a no mercado on-line.
Segundo Rubens, uma das dificuldades está na coleta do vidro em si, a qual hoje em dia não é muito usual. Contudo, a respeito do programa ele está bem positivo: “A gente está avançando muito e descobrindo quem é o nosso cliente, como encontrar o nosso mercado, e como encontrar o nosso caminho para conseguir vender os copos e outros produtos fabricados a base de garrafa de vidro”, comenta.
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Promo7
O Promo7 é um aplicativo de compras em supermercados parceiros, no qual o usuário escolhe os produtos de sua preferência e os recebe em casa. Voltado a todo tipo de público, mas, principalmente, àquele com mobilidade reduzida (pessoas com deficiência física ou idosos), o projeto pretende utilizar engenharia de banco de dados para reconhecer o padrão de compras do usuário e alertá-lo caso ele esqueça algum item.
“Na nossa opinião, os aplicativos existentes não são bons o suficiente e existe um espaço para melhorar”, conta o estudante da Escola Politécnica (Poli) da USP e um dos responsáveis pelo Promo7, Thiago Knopf Silva.
De acordo com Silva, o grupo se mantém otimista, mas também com “os pés no chão”, já que a maioria das startups do mercado não é bem-sucedida. Contudo, o próprio estudante relata que a experiência no AWC vem sendo muito produtiva. “É muito comum empresas e startups ficarem batendo cabeça ou perdidas, um apoio desses ajuda no direcionamento de ações.”
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TullTech
O projeto, voltado para o mercado agrícola, baseia-se em uma rede de sensores espalhados pelo campo com o propósito de coletar informações que auxiliem o produtor rural em suas tomadas de decisão ao longo da safra. Para isso, além dos sensores, o TullTech pretende desenvolver um aplicativo de celular e um site para auxiliar os agricultores.
O contato com os clientes está entre as dificuldades do projeto. “O produtor rural é muito resistente ao uso da tecnologia na sua propriedade, além de ser imprescindível descobrir quais dados são relevantes para a tomada de decisão”, conta o estudante de Engenharia Elétrica da Poli, Nikolas Yugi Athanasopoulos, um dos idealizadores do TullTech. Para ele, a experiência do AWC está sendo importante para que a ideia se torne mais concreta e possa de fato atingir os seus clientes em potencial.
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Máquina Lava-Copos
Tendo como público-alvo o ramo empresarial, o projeto tem o objetivo de gerar uma solução eficiente para eliminar o uso de copos descartáveis em empresas através da reutilização, acabando assim com o desperdício de plástico. Segundo André Felismino, estudante da Poli e um dos criadores do projeto, a projeção do projeto para o mercado é um dos obstáculos que eles esperam superar com o AWC.
“É um desafio conseguir entrevistas com potenciais clientes, especialmente por ser um negócio B2B (Business to Business)”, afirma. Contudo, no decorrer do programa, o grupo espera encontrar um mercado promissor, já que que na primeira etapa do AWC realizarão entrevistas com possíveis clientes.
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Concretizando
A Concretizando, que iniciou suas atividades em 2017, é uma startup na área da manufatura aditiva, a famosa impressão 3D. A empresa procura soluções de produção digital de concreto, argila e cerâmica para construir modelos personalizados com rapidez.
De acordo com Luana de Jesus Pereira, estudante de Engenharia Química da Poli e uma das fundadoras da startup, o apoio de consultores propiciados pela AWC traz experiência enriquecedora, além de valorizar a cooperação entre os projetos participantes. “Até o contato do meu irmão em Belo Horizonte eu já passei para uma amiga de AWC, essa interação é incrível.”
Tecnologias Blockchain e RFID aplicadas na automação comercial
O projeto consiste em oferecer automação comercial apoiada em tecnologia Blockchain direcionada a supermercados. O sistema tem por objetivo automatizar o processo de cobrança dentro de supermercados de modo seguro atrelando o registro Blockchain à leitura de tags RFID (Radio Frequency Identifier).
O cliente do supermercado passará com o carrinho de compras no caixa e o sensor RFID fará imediatamente a leitura de todos os produtos. Após o pagamento, o registro da compra é adicionado ao Blockchain.
A principal dificuldade está sendo “lidar com a reta final da graduação junto com o AWC, que é um programa bastante desafiador”, segundo o estudante de Engenharia Elétrica da Poli Rafael da Silva Montes. Contudo, o grupo se mantém com o objetivo de construir uma startup bem estruturada e está aproveitando o máximo dos workshops e eventos do AWC, além de cumprir sempre com as orientações passadas: “Estamos animados com o programa, acreditamos que ele vai ser uma peça-chave para a nossa formação.”