Hospital das Clínicas pretende atender 40% dos pacientes de forma remota

Parceria do Hospital das Clínicas com governo do Reino Unido busca soluções digitais para aumentar eficiência e qualidade no serviço público de saúde

 02/06/2021 - Publicado há 3 anos
Atendimento por videoconferência realizado por profissionais do HC – Foto: Divulgação/HCFMUSP

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O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) e o governo do Reino Unido fecharam uma parceria para desenvolver o Plano de Saúde Digital, uma colaboração que faz parte do Better Health Programme (BHP) para desenvolver soluções digitais que aumentem a eficiência e qualidade no atendimento e acompanhamento dos pacientes do HC e que possa ser implantado em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) no País.

O programa terá duração de dois anos, entre 2021 e 2022, e se dá em torno de três pilares: melhorar o atendimento na atenção primária; levar a implementação das ferramentas digitais desenvolvidas a todos os níveis de atendimento na rede de saúde e capacitar profissionais do sistema público de saúde e se adaptar às realidades regionais do País, especialmente na atenção primária.

Uma das metas é realizar 40% dos atendimentos ao paciente do HC de forma remota, desde a marcação de consultas ao acompanhamento de pacientes crônicos. Outra finalidade é implantar o piloto do programa de atenção primária remota em dez municípios. Além disso, também pretende-se criar dez linhas de cuidados digitais dentro do HC; e realizar telerregulação de urgência e emergência de 30 mil pacientes por ano.

Giovanni Guido Cerri, presidente do Conselho Diretor do InRad e presidente da Comissão de Inovação do HCFMUSP- Foto: IEA-USP

Para o professor Giovanni Guido Cerri, presidente do Conselho Diretor do Instituto de Radiologia (InRad) e presidente da Comissão de Inovação do HCFMUSP, “a realização do Plano de Saúde Digital resultará em avanços significativos na melhoria do atendimento prestado à sociedade brasileira, com a criação de modelos de soluções digitais replicáveis para melhorar a experiência do paciente e ter mais eficiência em toda a jornada de atendimento”.

Projetos escolhidos

O Plano de Saúde Digital teve início com a seleção das iniciativas em saúde digital dentro das instituições do complexo HC. Foram escolhidos 20 projetos que envolvem teleconsultas, digitalização de etapas do atendimento ao paciente, visitas remotas, teleconsultoria, telemonitoramento de pacientes crônicos e formação de profissionais de saúde para telemedicina.

O projeto integra todos os institutos que formam o Hospital das Clínicas e será conduzido por um comitê gestor formado pelos professores Cerri, Carlos Carvalho, chefe da pneumologia do Instituto do Coração; Eurípedes Miguel, chefe titular do Departamento de Psiquiatria; e Fabio Jatene; vice-presidente do Conselho Diretor do Instituto do Coração.
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Confira o vídeo de apresentação do plano:

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As 20 ações iniciais foram escolhidas dentre mais de 70, explica Marco Bego, diretor executivo do InRad e diretor do InovaHC – braço de inovação do HCFMUSP: “Trata-se de um projeto de organização da saúde. O que esperamos é oferecer um serviço adequado às expectativas e com foco no paciente”.

De acordo com Bego, processos como esses eram muito tímidos. “A ideia foi pegar o que era pontual e transformar em algo corporativo e organizado. Essas 20 iniciativas serão replicáveis em todo o sistema público, junto com a capacitação de profissionais para utilizar as ferramentas que serão criadas. Tudo que estamos fazendo será ofertado para a rede: da transferência tecnológica ao portfólio de serviços”, diz.

Marco Bego, diretor executivo do InRad e diretor do InovaHC – Foto: Divulgação / InovaHC

O Brasil tem um sistema de saúde pública universal, tal como o britânico, explica a diretora do BHP no Brasil, Esther Rosalen. “O Reino Unido e o Brasil possuem sistemas de saúde pública similares, com grandes desafios e oportunidades. Por meio do programa Better Health, estamos apostando na troca de cooperação técnica entre os dois países para melhoria do SUS e NHS. Acreditamos que a qualificação dos profissionais da saúde, a melhoria da gestão dos cuidados através da análise de dados e a integração de inovações ao sistema melhorarão a sustentabilidade do SUS. Além de, claro, garantir fácil acesso para pessoas com mobilidade reduzida, que moram longe ou que não tenham condições de comparecer a um centro de referência de saúde como o HCFMUSP. Por isso, o programa Better Health irá trabalhar nestas áreas em parceria com o governo brasileiro”, disse Esther.

O programa ainda tem participação do NHS (Serviço Nacional de Saúde, na sigla em inglês), que é o sistema público de saúde britânico, como parceiro técnico e apoio do Ministério da Saúde.

Excelência em saúde pública

O Instituto de Radiologia (InRad) do HCFMUSP é um centro de excelência em pesquisa, diagnóstico e terapias por imagem que atende anualmente cerca de 215 mil pacientes. Conquistou a classificação de melhor centro de medicina nuclear do mundo pela Agência Internacional de Energia Atômica.

A parceria com o programa Better Health faz parte de uma das ações do governo britânico que incluem sete outros países: México, África do Sul, Malásia, Mianmar, Filipinas, Vietnã e Tailândia. As ações destinadas ao Brasil buscam a sustentabilidade e a eficiência do SUS para fortalecer a atenção primária, melhorar a gestão de dados e informações e traduzir pesquisa em inovação.

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Texto adaptado do Núcleo de Comunicação Institucional do HCFMUSP

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