Hospital da USP integra rede mundial de pesquisa sobre fissura labiopalatina

Iniciativa busca soluções para a assistência aos pacientes em tempos de pandemia; pesquisadores da USP participam de documento com recomendações para tratamento

 26/05/2021 - Publicado há 3 anos     Atualizado: 28/05/2021 as 16:28
Cirurgia no Hospital de Anomalias Craniofaciais da USP – Foto: Adauto Nascimento / HRAC

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O tratamento dos pacientes com fissura labiopalatina, assim como outras condições de saúde, requer acompanhamento constante e, muitas vezes, longos deslocamentos para acesso aos centros e hospitais de referência. Uma condição agravada pela pandemia, que impactou na oferta de serviços, com limitação das cirurgias e atendimentos ambulatoriais, e na adesão ao tratamento, aumentando o índice de absenteísmo (falta).

Com o objetivo de minimizar esses efeitos, o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP em Bauru participa do projeto internacional Solutions for Comprehensive Cleft Care – S4CCC (Soluções para o Tratamento Integral das Fissuras) que tem como objetivo principal propor soluções para o tratamento integral da fissura labiopalatina em tempos de covid-19.

Promovida pelo Circle of Cleft Professionals (CoCP), rede mundial de profissionais, líderes e organizações da área de fissura labiopalatina, a iniciativa vai realizar no próximo dia 2 de junho, das 9 às 13 horas, o evento on-line S4CCC – Covid e Além. O objetivo é disseminar e aprimorar as descobertas e recomendações desses grupos interdisciplinares globais que estão atualmente estudando os principais desafios criados pela pandemia de covid-19.

Pesquisadores do HRAC integram grupos temáticos que participarão do evento e vão elaborar um documento com as recomendações estabelecidas para o tratamento na pandemia. “Esses grupos interdisciplinares contam com vários profissionais de grande reconhecimento internacional na área de fissuras labiopalatinas, em alguns casos liderando grandes pesquisas e inovações na área. Essa troca entre centros de diversas nacionalidades que têm a mesma missão é muito valiosa e, certamente, contribuirá com soluções para o melhor enfrentamento da pandemia”, avalia a fonoaudióloga do HRAC Melissa Zattoni Antoneli.

Melissa participa do grupo temático Avaliando Resultados Durante a Pandemia junto ao professor Cristiano Tonello, cirurgião craniofacial, chefe técnico do Departamento Hospitalar do HRAC e docente do Curso de Medicina da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP.

Telessaúde como aliada

Melissa destaca que a telessaúde, uso de recursos e tecnologias da informação e comunicação para atividades a distância relacionadas à saúde, é uma das principais aliadas nesse contexto de pandemia. “Para uma condição como a fissura labiopalatina, que requer um tratamento especializado, multidisciplinar e de longo prazo, a não observância das etapas e condutas do protocolo de tratamento na época ideal pode trazer prejuízos variados para o paciente. Por exemplo, se uma fissura no palato não for corrigida por volta de um ano de idade, a criança irá vivenciar um período intenso do desenvolvimento da linguagem oral na presença da malformação, aumentando as chances de se instalar um distúrbio de fala.”

De acordo com a especialista, a família de uma criança que aguarda a cirurgia de palato pode realizar um teleatendimento com o fonoaudiólogo, que irá atuar para minimizar o impacto negativo de uma cirurgia tardia, ou mesmo evitar o deslocamento da família para as orientações iniciais, em caso de possibilidade cirúrgica na época preconizada. “A telessaúde se consolidou durante a pandemia como um recurso para o enfrentamento das limitações que surgiram, e hoje este recurso se soma às abordagens tradicionais de atendimento. Atualmente, a equipe de Fonoaudiologia mantém as teleconsultas paralelamente aos atendimentos presenciais”, conclui a fonoaudióloga.

A participação do HRAC no Circle of Cleft Professionals  tem o apoio da Smile Train, instituição parceira, e da Superintendência do hospital. A rede foi fundada pela Transforming Faces, do Canadá, e cadastra novos membros por meio do formulário on-line neste link.

Saiba mais sobre a iniciativa no site https://transformingfaces.org/cocp. Informações sobre o evento neste link.

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Texto adaptado de Tiago Rodela, da Assessoria de Imprensa do HRAC

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