Dezembro é vermelho, o mês de conscientização e combate à Aids, e o 1º de dezembro foi o Dia Mundial de Luta contra a Aids. O Hospital das Clínicas (HCRP) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP investe em armas contra o preconceito na campanha deste ano.
É que, desde a descoberta do vírus HIV, há 36 anos, a ciência avançou bastante em relação ao diagnóstico e ao tratamento da infecção. Surgiram novos e mais potentes medicamentos, além de exames mais eficazes para o diagnóstico precoce da infecção. Com o controle da infecção e qualidade de vida, as pessoas contaminadas precisam agora de mais aceitação social e a informação será mais uma vez a arma das equipes de saúde do HCRP.
Por isso, o slogan da campanha deste ano no HCRP é “Conhecer para não discriminar”. Segundo a assistente do hospital, Fernanda Tomé Sturzbecher, a campanha foi pensada para trazer “informação sobre a infecção com foco principal na quebra do preconceito”. Não é que a prevenção tenha deixado de ser preocupação, mas atualmente as pessoas infectadas têm permanecido com carga viral praticamente indetectável, significando controle máximo da multiplicação do vírus no sangue. O resultado é uma “sobrevida muito grande das pessoas contaminadas, com aumento da adesão ao tratamento e menos efeitos colaterais das drogas”.
Conta a médica que a Aids hoje não é uma doença fatal, como quando ela surgiu, nem os pacientes precisam de coquetéis com inúmeros comprimidos, como nos primeiros tratamentos disponíveis. Fernanda lembra, ainda, que o controle na prevenção da doença também avançou muito nessas três décadas, com os exames muito mais eficazes para o diagnóstico precoce que, para ela, “é fundamental, especialmente para gestantes e doadores de sangue”.
Além das campanhas para o uso de preservativos nas relações sexuais e as profilaxias pré e pós-exposição ao vírus, outra estratégia de sucesso nesse período foi disponibilizar o tratamento para todas as pessoas que têm o diagnóstico de infecção, independente do estágio dela. Por conta disto, existe uma queda progressiva dos casos. Mas, alerta a médica, “em algumas cidades e em alguns grupos houve aumento das taxas de infecção”.
Nesses casos, o enfoque precisa ser maior para aqueles grupos que têm maior risco de se expor, como, por exemplo, homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas injetáveis, trabalhadores do sexo e transexuais. Já sobre os idosos a médica alerta que esse grupo precisa ficar atento sobre os riscos que corre com o prolongamento da atividade sexual.
Mais informações sobre essas atividades e outras sobre a campanha estão no site do HC de Ribeirão Preto.
Ouça no link acima a entrevista na íntegra.