GPT reúne ginástica, dança e expressão corporal para todas as idades

Grupo da USP pesquisa e promove modalidade que faz mix de expressões corporais; Gymnusp está se apresentando em mundial, na Áustria

 11/07/2019 - Publicado há 5 anos
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Diversos movimentos se misturam nas apresentações do grupo – Foto: Arquivo Pessoal

É possível misturar ginástica com dança, acrobacia, elementos do circo e das artes cênicas? O grupo de estudo e pesquisa em Ginástica para Todos (GPT) da USP, o Gymnusp, mostra que sim. A modalidade a qual o grupo pertence, GPT, é o que permite esse mix de expressões corporais, além da variedade de participantes, que podem ser de todas as idades.

 “Essa modalidade não demanda conhecimento prévio, embora nosso grupo, atualmente, esteja mais consolidado com pessoas que possuam conhecimentos em diferentes áreas”, conta a professora Mônica Ehrenberg, da Faculdade de Educação (FE) da USP, em São Paulo. Ela coordena o grupo de pesquisa junto com a professora Michele Carbinato, professora da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, em São Paulo.

A modalidade não é competitiva, mas há apresentações em festivais onde os grupos se apresentam ao público e demonstram uma composição coreográfica.

Para Mônica, o diferencial do GPT está no desafio que a categoria proporciona aos seus participantes, com uma competição interior de superar limites. “A pessoa quer se superar. Algumas,  por exemplo, sabem sobre determinada área, mas não fazer cambalhota, então ela passa a querer agregar isso em seu repertório”.

A participação dos homens é quase inexiste no grupo. “Atualmente só temos um participante homem, enquanto grupos de universidades como a Unicamp [Universidade Estadual de Campinas] possuem maior representatividade masculina”. 

A professora de educação física, Dyana Ferreira da Silva, está no Gymnusp há três anos. Ela relata que o grupo consegue aproveitar todas as potencialidades possíveis dentro do que a área permite, possibilitando ainda, partilha de conhecimentos. “Tem um viés de criação. Conseguimos agregar objetos à ginástica como guarda-chuva, sofá inflável. Além de cada um conhecer uma área. Assim, conseguimos compartilhar aquilo que sabemos com todos”. 

A ausência de regras muito rígidas na modalidade permite a participação de integrantes muito distintos entre si, uma vez que para participar, não é necessário ter tido aulas de ginástica ou qualquer tipo de referência. “As pessoas podem estar li do jeito que elas são. O que é preciso ter é comprometimento. Não saber algo mirabolante, mas colaborar da maneira que sabe”, destaca Dyana. 

Ela já participou de outra equipe de Ginástica para Todos, na época em que que era aluna da professora Mônica na graduação. Desde então, trabalha com GPT. “É ginástica com uma forma diferente de integrar pessoas, independente da idade e da experiência que a pessoa tenha”.  Como exemplo, ela fala sobre uma participante do Gymnusp que possui 60 anos de idade. “A GPT é inclusiva. Acho que de todas as modalidade, ela é quem faz, atualmente, esse papel de mostrar que o esporte e inclusivo e pode ser para todos”. 

Qualquer pessoa pode participar do Gymnusp, basta comparecer ao Serviço de Cultura e Extensão da EEFE e se inscrever. Em cada início de semestre, as matrículas são abertas para novos participantes, ligados ou não à USP. As aulas ocorrem toda quarta-feira, das 11h30 às 13 horas.

Evento mundial 

Após participar de muitos eventos regionais e nacionais, o Gymnusp foi credenciado pela Federação Paulista de Ginástica (FPG) para participar da 16º edição do World Gymnaestrada, que está ocorrendo na Áustria até 13 de julho. O evento ocorre a cada quatro anos e reúne grupos de Ginástica para Todos de todos os lugares do mundo. 

É a primeira vez que um grupo irá representar a USP neste encontro. Um objetivo que o grupo almeja desde a sua fundação. “Era uma meta de longo prazo. Desde o início nos preparamos para isso, com caixinha própria e angariando fundos”, conta Mônica, coordenadora do Gymnusp. 

A coreografia que será apresentada pelo grupo na ocasião leva como nome “Quem se importa”. Segundo Mônica, uma coreografia que envolve a discussão política que é feita na Universidade. A música escolhida é “They Don’t Care About Us” do cantor norte americano Michael Jackson. 

 


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