A equipe da USP em Pirassununga passou a fazer o sequenciamento do vírus para detectar as novas cepas na região – Foto: Heidge Fukumasu/FZEA

Força-tarefa da USP realizou mais de 140 mil testes de covid-19 na região de Pirassununga

Balanço parcial mostra que estrutura do laboratório da USP beneficia 17 cidades da região com o diagnóstico e sequenciamento genético de variantes do vírus

 14/10/2021 - Publicado há 2 anos

Brenda Marchiori

Um dos cinco centros da USP, criados em março de 2020 para atender à Rede de Diagnóstico Covid-19 do Estado de São Paulo, a Força Tarefa Diagnóstico Covid-19 USP Pirassununga já realizou mais de 140 mil testes. O balanço é parcial e, como conta o coordenador dos trabalhos na USP, professor Heidge Fukumasu, foi obtido com a parceria de 17 cidades da região, de duas Santas Casas e da Rede de Diagnóstico do governo paulista.

Além dos testes, a equipe da USP em Pirassununga passou a fazer o sequenciamento do vírus para detectar as novas cepas na região, colaborando com a Rede de Alerta de Novas Variantes. Para atender à demanda, logo no início da pandemia, o Laboratório de Oncologia Comparada e Translacional (LOCT) da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga, reorganizou sua estrutura para os testes rápidos de diagnóstico da covid-19. Com as mudanças na pandemia, o LOCT adaptou linhas de pesquisa e pessoal, lançando projeto para uma nova vacina (em andamento) e também para atender às demandas por sequenciamento de variantes do sars-cov2.

Segundo o professor Fukumasu, também coordenador do LOCT, a força-tarefa reúne docentes, funcionários e alunos da unidade que ajudaram, até o momento, “mais de 140 mil pessoas que precisaram fazer os testes de forma rápida, acurada e barata”. E, mesmo após o fim da pandemia, conta, a ideia é que o laboratório continue oferecendo serviços para a população.

Novas metodologias de sequenciamento e produção de vacina

A oportunidade de adequar a estrutura de pesquisas da USP para atender às novas demandas foi fator determinante para o sucesso da força-tarefa, adianta o professor da FZEA. No início, reorganizaram toda a rotina do laboratório, com alunos, pesquisadores e pós-doutorandos se voluntariando e se adequando à nova realidade. Com o tempo e o sucesso dos resultados, continua Fukumasu, os voluntários voltaram às atividades de origem e outros foram contratados para trabalhar exclusivamente com o teste de diagnóstico PCR.

As novas rotinas de atendimento à comunidade caminharam lado a lado com as pesquisas “que a gente já desenvolvia no laboratório”, conta o professor, afirmando ainda que mudaram linhas de pesquisa “para poder também se adequar ao problema” vivido pela crise sanitária mundial.

Foi em resposta à pandemia que o LOCT fez sua proposta de projeto de vacina, aprovado no ano passado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, e atualmente em andamento. A ideia dos pesquisadores, adianta Fukumasu, é trabalhar em parceria com o Instituto Butantan e complementar “a abordagem vacinal com novos candidatos para as fases 2 e 3, de segunda e terceira geração”, necessárias para manter a doença sob controle.

Foi em resposta à pandemia que o LOCT fez sua proposta de projeto de vacina, aprovado no ano passado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e atualmente em andamento - Foto: Heidge Fukumasu/FZEA

A pandemia também fez o LOCT investir no desenvolvimento de outros projetos de pesquisa, como as “novas metodologias de sequenciamento, de PCR, para determinar a evolução de variantes”, informa o professor.

Clique no player e ouça a entrevista com o professor Heidge Fukumasu ao Jornal da USP no Ar, Edição Regional.

O LOCT também é responsável pelo sequenciamento genético do vírus, ajudando a Rede de Alerta de Novas Variantes a fazer o diagnóstico e o sequenciamento das variantes que circulam na região de Pirassununga – Foto: Heidge Fukumasu/FZEA

Respostas rápidas à pandemia na região

A Força-Tarefa Diagnóstico Covid-19 da USP Pirassununga é um dos cinco centros da Rede USP de Diagnóstico Covid-19 (Rudic) integrantes da Rede de Diagnóstico Covid-19 do Estado de São Paulo e da Rede de Alerta de Novas Variantes, ambas lideradas pelo Instituto Butantan.

No começo da pandemia, conta o professor Fukumasu, os testes eram escassos e a rede pública não conseguia diagnosticar os casos que só aumentavam, demorando mais de 20 dias para entregar os resultados. Com a força-tarefa criada na FZEA, segundo o professor, os resultados passaram a sair em, no máximo, 12 horas. Agora, o laboratório entrega o resultado em até seis horas após o recebimento da amostra. 

O LOCT também é responsável pelo sequenciamento genético do vírus, ajudando a Rede de Alerta de Novas Variantes a fazer o diagnóstico e o sequenciamento das variantes que circulam na região de Pirassununga. O laboratório da FZEA foi o primeiro a detectar as variantes P1 e delta na região, dando rápido acesso aos pesquisadores e autoridades sobre “o que está acontecendo em relação às variantes na região”, afirma o professor. 


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