Fiocruz chega a São Paulo com instalações na USP em Ribeirão Preto

Acordo de cooperação técnico-científica levou 16 anos de negociações; parceria será para estudos em imunologia

 16/02/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 14/03/2017 as 22:20

Atualizado em 20 de fevereiro de 2017, às 15h57

Fiocruz será instalada em prédio da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Foto: Divulgação/FMRP
Fiocruz será instalada em prédio da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Foto: Divulgação/FMRP

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Depois de 16 anos de negociação política, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, e a USP em Ribeirão Preto fecharam acordo de cooperação técnico-científica. A parceria é o início das atividades da Fiocruz no Estado de São Paulo.

E a primeira etapa dessa ação é a Plataforma Bi-Institucional de Medicina Translacional, que já entrou em operação na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Na prática, a medicina translacional agiliza a transferência do conhecimento científico para a população.

Além da FMRP, a parceria envolve a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLRP) da USP e o Hospital das Clínicas da FMRP. Os primeiros estudos serão na área de imunologia e vão reunir pesquisadores da Fiocruz e USP para o desenvolvimento de pesquisa básica e aplicada, além de produtos e processos.

A plataforma é um escritório que funciona provisoriamente no prédio administrativo da Faculdade de Medicina enquanto o endereço definitivo não fica pronto. Um prédio da própria faculdade está sendo reformado para instalar a Fundação Oswaldo Cruz. Os investimentos envolvem mais de R$ 60 milhões de recursos da própria Fiocruz, da USP, do governo do Estado de São Paulo e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.

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O pesquisador da Fiocruz, Rodrigo Stabeli – Foto: Peter Ilicciev/Agência Fiocruz de Notícias

Outra etapa da parceria inclui a implantação de uma planta para a fabricação de kit diagnóstico point of care, ou seja, diagnósticos rápidos para diversas doenças, com ênfase em zika vírus e chikungunya. Essa planta seria instalada no Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, o Supera, que funciona no campus da USP.

De acordo com Rodrigo Stabeli, coordenador da Plataforma e pesquisador da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, a chegada da instituição ao Estado de São Paulo é um passo importante no desenvolvimento de novos medicamentos. A previsão é que até o meio do ano o prédio da Faculdade de Medicina esteja pronto e, no final de 2017, a unidade da Fiocruz na USP em Ribeirão esteja consolidada.

Ouça a entrevista de Stabeli ao repórter Ferraz Júnior, da Rádio USP em Ribeirão Preto:

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Fiocruz

A fundação está instalada em dez Estados brasileiros e conta com um escritório em Maputo, capital de Moçambique, na África. Além dos institutos sediados no Rio de Janeiro, a Fiocruz tem unidades nas regiões Nordeste, Norte, Sudeste e Sul do Brasil. Mas ainda não havia nenhuma unidade em São Paulo.

A partir de seus projetos de ampliação, foram criadas bases para a institucionalização de unidades – escritórios – no Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí e Rondônia. Ao todo, são 16 unidades técnico-científicas, voltadas para ensino, pesquisa, inovação, assistência, desenvolvimento tecnológico e extensão no âmbito da saúde. Há ainda uma unidade técnica de apoio, atuante na produção de animais de laboratório e derivados de animais. As quatro unidades técnico-administrativas são dedicadas ao gerenciamento físico da fundação, às suas operações comerciais e à gestão econômico-financeira.

Na Fundação Oswaldo Cruz, são executados mais de mil projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, que produzem conhecimentos para o controle de doenças como Aids, malária, Chagas, tuberculose, hanseníase, sarampo, rubéola, esquistossomose, meningites e hepatites, além de outros temas ligados à saúde coletiva, entre os quais a violência e as mudanças climáticas, e à história da ciência.

Ela é a principal instituição não universitária de formação e qualificação de recursos humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para a área de ciência e tecnologia no Brasil.

Ferraz Júnior, de Ribeirão Preto, com informações da Fiocruz

 


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