Aplicativo inspirado em Pokémon GO explora fauna da Mata Atlântica

Primeira versão do BioExplorer será lançada com alunos de escolas públicas na Semana do Meio Ambiente da USP

 01/06/2017 - Publicado há 7 anos
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Telas do aplicativo BioExplorer, criado por pesquisadores da USP – Foto: Reprodução

Jovens se aglomerando em lugares por onde nunca haviam passado, interagindo com pessoas com as quais nunca tinham conversado, todos unidos na busca por personagens de um desenho animado japonês. Foi o que provocou o lançamento do aplicativo Pokémon GO, que em pouco tempo se tornou um fenômeno no mundo inteiro.

O sucesso do jogo chamou a atenção de Antônio Mauro Saraiva, professor da Escola Politécnica (Poli) da USP e coordenador do Núcleo de Pesquisa em Biodiversidade e Computação (NAP BioComp). Ao notar a movimentação em torno do app, Saraiva se questionou como as crianças e os adolescentes poderiam aprender enquanto jogavam.

O resultado foi o BioExplorer, um aplicativo de realidade aumentada com animais da Mata Atlântica. Sua primeira versão conta com quatro animais: o lobo-guará, a capivara, o carcará e a onça-pintada, que aparecem em um raio de 35 metros do jogador. Ao encontrar cada um deles, os animais se apresentam em áudio e texto. Depois de conhecer todos, um personagem folclórico é desbloqueado, o Saci-Pererê.

“Quando eu vi a garotada procurando pokémons, quis criar algo que levasse as pessoas a aprenderem mais sobre a nossa biodiversidade com o mesmo entusiasmo. Mas não só a nossa biodiversidade, o nosso folclore também, que é muito ligado à natureza, aos rios, às matas, à fauna e flora”, diz Saraiva.

Aplicativo BioExplorer – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Segundo o professor, as próximas versões do aplicativo contarão com mais animais e personagens folclóricos e, dependendo da recepção do BioExplorer, novos aplicativos do gênero podem ser criados.

O BioExplorer é uma ferramenta de educação ambiental que visa a abordar assuntos como o desmatamento, a extinção de animais, as mudanças climáticas e a biodiversidade da Mata Atlântica. O projeto é baseado em conceitos da educomunicação — como a educação outdoor, que propõe uma maior interação dos alunos com o objeto de estudo — e da computação.

O projeto foi feito em conjunto com sete unidades da USP: além da Poli, o Instituto de Biociências (IB), Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), Escola de Comunicações e Artes (ECA), Parque de Ciência e Tecnologia (Cientec), Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp) e Superintendência de Gestão Ambiental (SGA). Há também a parceria com as empresas 3Dvoyage e o DoopaTV.

Lançamento

O BioExplorer já está disponível no Google Play e será lançado na Semana do Meio Ambiente da USP, que ocorre entre os dias 5 e 9 de junho. Alunos da Escola de Aplicação (EA) da USP e do Programa de Desenvolvimento Humano pelo Esporte (Prodhe) participarão de uma atividade na Raia Olímpica da USP.

Além disso, a semana também contará com atividades do Projeto Ecossistemas Costeiros, projeto de extensão do IB. Escolas públicas participarão de trilhas no Parque Cientec e no Cepeusp que discutirão as mudanças climáticas e ensinarão a turmas de ensino fundamental o processo de fotossíntese e o ciclo do carbono.

 


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