Excelência nos cursos de humanas atrai estrangeiros para a USP

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas se destaca na formação de líderes e recebe mais intercambistas que a média da Universidade

 01/06/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 02/06/2016 as 15:59
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Estudantes de intercâmbio da FFLCH - Foto: Divulgação/ FFLCH-USP
Recepção dos intercambistas da FFLCH em 2015 – Foto: Divulgação/ CCInt-FFLCH

A internacionalização é sempre lembrada como um fator preponderante para avaliar o desempenho de uma universidade – receber e enviar acadêmicos para outros países são um incentivo à pesquisa em conjunto, à difusão de novas práticas e conhecimentos, e à pluralidade e qualidade da formação, seja de alunos ou docentes. A internacionalização é também um importante critério em boa parte dos rankings que avaliam o ensino superior em todo o mundo.

Em 2015, a USP enviou para fora do País mais de 3 mil estudantes e recebeu quase 1,5 mil intercambistas. Nesse contexto, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP tem mostrado uma tendência oposta à da Universidade como um todo: recebeu mais que o dobro de alunos do que enviou para o exterior.

Apenas no ano passado, 297 estudantes de países como França, China e Colômbia chegaram à USP para acompanhar os cursos de Ciências Sociais, Filosofia, Geografia, História e, principalmente, Letras. Assim, a FFLCH foi, sozinha, responsável por mais de 20% dos alunos estrangeiros que estudam hoje na USP no âmbito da graduação. A unidade tem atualmente 117 convênios vigentes com 34 países.

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Para o presidente da Comissão de Cooperação Internacional (CCInt) da FFLCH, Vladimir Pinheiro Safatle, os números são bastante representativos e dão a dimensão da contribuição da unidade para a internacionalização da USP. Ele ressalta ainda que, a despeito da quantidade de bolsas disponíveis não ser ideal – e sem participação em grandes programas como o Ciências sem Fronteiras -, muitos alunos foram fazer intercâmbio, inclusive com recursos pessoais.

A própria origem da unidade revela sua vocação para a cooperação internacional. Criada em 1934 para ser o “coração” da USP, a então Faculdade de Filosofia trouxe para seu corpo docente diversos professores estrangeiros, principalmente franceses, entre eles o antropólogo Claude Lévi-Strauss e o historiador Fernand Braudel.

Influência nacional

Foto: Divulgação/ FFLCH-USP
Professores Sandra Vasconcelos e Vladimir Safatle discutem futuras parcerias com Emily Lim (centro), da University of Warwick | Foto: Divulgação/ CCInt-FFLCH

Em 2016, a USP ficou em 34º lugar na área de Antropologia no QS World University Ranking by Subject. Organizado pela Quacquarelli Symonds, organização britânica de pesquisa em educação, esse ranking avaliou mais de 4 mil universidades em 42 áreas de concentração. No mesmo ranking, nas áreas de Filosofia, História, Sociologia e Línguas Modernas, a Universidade ficou entre as 100 melhores do mundo.

No início do ano, o professor apresentou a FFLCH a diversas universidades do Reino Unido, e conta que muitos se surpreendem com a grande influência nacional que a faculdade exerce. “Não há nenhuma universidade no mundo, nos últimos 20 anos, que tenha dado à sociedade um presidente da República, dois ministros da Educação, um ministro da Cultura, um porta-voz da Presidência e um prefeito da cidade de São Paulo”, afirma. “Quando apresentamos esses dados, todo mundo leva um susto.”

A visita deu origem a seis novos acordos com a Inglaterra, país com o qual se planeja estreitar relações, assim como com os Estados Unidos – em ambos os países, o intercâmbio de estudantes ainda é reduzido. “Nesse sentido, a FFLCH repete o padrão da USP, que é receber um contingente muito grande de estudantes da Ásia”, relata o presidente da CCInt. Nos últimos cinco anos, somente China, Japão e Coreia representaram mais de um quarto do total de estrangeiros que vieram para a FFLCH. Outro ponto que se pretende trabalhar é o estímulo ao intercâmbio na América Latina, considerada por Safatle um parceiro fundamental.

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Para receber os intercambistas, a faculdade dispõe de um centro de línguas, que oferece cursos de português para estrangeiros, e está dando os primeiros passos em um programa que cadastra moradias com vagas para receber os estudantes.


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