Exercícios de atenção plena podem ajudar a diminuir estresse de alunos

Palestra no Instituto de Física, em São Paulo, dia 14 de maio, explica como exercícios de “mindfulness” podem gerar benefícios à saúde

 10/05/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 14/06/2019 as 11:27
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Ilustração: Emerson Freire


Respire fundo. Conte até dez. Um, dois, três, quatro… e, na metade da contagem, você acaba se perdendo em algum pensamento. Mesmo com distrações, o exercício de colocar a atenção no presente é benéfico para a mente. Isso é a atenção plena. “Uma prática espiritual milenar que alinha fundamentos da filosofia oriental — o budismo — e os conhecimentos das estratégias da ciência objetiva ocidental”, explica a psicóloga Cristina Monteiro, que apresentará uma palestra no Instituto de Física (IF) da USP, em São Paulo.

Cristina será a psicóloga palestrante do evento sobre atenção plena  – Foto: Arquivo Pessoal

 

 

 

O evento será no dia 14 de maio, a partir das 17h30, no campus Cidade Universitária.  O IF fica na Rua do Matão, 1371. A participação é aberta e gratuita, com inscrições pelo formulário. O objetivo é explicar como a atenção plena pode gerar uma diminuição do stress e da ansiedade, uma vez que a atividade “afeta positivamente os padrões cerebrais responsáveis pela ansiedade e pelo estresse.”

Cristina esclarece que há semelhanças entre a prática, que pode ser feita no cotidiano, com a Terapia Cognitiva Comportamental. No mindfulness – termo em inglês para atenção plena, no entanto, a ideia não é mudar o conteúdo dos pensamentos. “Ele trabalha no sentido da experiência, de compreender a transitoriedade dos estados mentais e não deixando ser conduzido por eles.”

Alguns benefícios mencionados pela palestrante vão desde a prevenção da depressão e a redução das chances de recaída nas pessoas que já sofreram com a doença até melhora da memória e da criatividade. “Gera reações menos automáticas e julgamentos, um aumento da autonomia e é tido como um componente central da chamada Terapia Comportamental Dialética, muito efetiva para redução do comportamento suicida no Transtorno de Personalidade Borderline.”

O convite para falar na USP veio da preocupação com a saúde mental dos estudantes, professores e funcionários. “Quanto melhor pudermos cuidar de nós mesmos, melhores serão nossos resultados na vida pessoal e profissional. Cuidar de si é cuidar dos ambientes que habitamos e dos relacionamentos envolvidos, gerando uma resiliência ao sistema todo”, afirma a profissional.

Programa Acolhimento Integrado

Renata é a coordenadora administrativa do Programa de Acolhimento Integrado do Instituto de Física – Foto: Arquivo Pessoal

A palestra com a psicóloga Cristina Monteiro faz parte das atividades do Programa de Acolhimento Integrado do IF. Renata Matsumoto é a coordenadora administrativa da iniciativa, criada no final de 2018. “Nossas ações são realizadas para melhorar o bem-estar da comunidade”, diz ela, ao ressaltar que o programa não é voltado apenas para alunos.

A psicóloga Marina Cruz desempenha o acompanhamento dos alunos, funcionários e docentes no programa – Foto: Arquivo Pessoal

A proposta é contribuir para a integração e a permanência das pessoas que convivem no instituto. “Além disso, desenvolvemos um programa de mentoria e atendimento com psicóloga.”

Renata explica que a mentoria é realizada com um grupo de dez alunos que são acompanhados por algum docente ou funcionário. A intenção é que, juntos, eles possam discutir temas além da vida acadêmica nas reuniões mensais, como hábitos de estudo, opções de carreira, ética, relacionamentos interpessoais, entre outros.

A psicóloga Marina Cruz é quem realiza os atendimentos. “O grupo vai se apropriando desse espaço coletivo, podendo falar de suas dificuldades e vai, gradualmente, reconhecendo as suas vivências no outro. Essa rede tem uma potência muito grande, no sentido de desenvolver apoio mútuo, humanização, elaboração de estratégias de cuidado, vivência de novos papéis e vínculos, reflexão sobre aspectos que podem favorecer um convívio mais amplo na academia, escuta e olhar para a diversidade”, explica. Segundo ela, o projeto vai ao encontro da prevenção e da humanização do ambiente universitário.  

Participantes do programa de mentoria do Instituto de Física da USP – Foto: Divulgação/IF-USP

 


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