E-book explica como criar imagens táteis para deficientes visuais

Parceria de pesquisadores da USP e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, publicação aborda métodos, regras internacionais e vários exemplos de desenhos táteis adaptados

 27/05/2021 - Publicado há 3 anos
Museu Republicano de Itu possui acervo com imagens táteis para deficientes visuais – Foto: Divulgação/ MRI

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Recurso cada vez mais usado em museus, exposições e outras iniciativas preocupadas com a inclusão social, as imagens táteis para deficientes visuais podem ser produzidas a partir de vários métodos, equipamentos e materiais. Para incentivar a distribuição desses materiais e ajudar na formação de profissionais que sejam qualificados para produzi-los, foi lançado pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP o e-book Manual de imagens para deficientes visuais.

A publicação explica e apresenta inúmeros e variados exemplos de desenhos táteis adaptados. Essas imagens incluem gráficos, mapas, tabelas, entre outras, que evidenciam o leque de possibilidades que podem ser construídas para tornar mais acessível a informação ao público com deficiência visual. Também são discutidas as regras estabelecidas por organismos internacionais para a criação dessas representações para as pessoas que só conseguem utilizar a leitura com os dedos das mãos.

O e-book é resultado do trabalho do professor Julio Cesar Suzuki, da FFLCH, em conjunto com pesquisadores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA). “A produção e a distribuição de materiais educacionais próprios para alunos com deficiência visual têm sido um grande desafio a ser superado atualmente”, destacam os autores na apresentação do livro.

Eles explicam que as instituições que produzem e distribuem livros em braile, mapas, tabelas e outros materiais das diversas áreas do saber não são suficientes para atender à demanda para estes educandos. E tomam como base a Declaração de Salamanca (promovida pela Organização das Nações Unidas, em 1994) sobre os princípios da política e prática da educação especial que reafirma o direito à educação a todos os indivíduos, independentemente de suas diferenças particulares.

Uma visão social e histórica da cegueira

Além da parte prática, o livro também traz uma viagem pelo tempo, desde a Antiguidade até os dias atuais, mostrando a relação da pessoa com deficiência visual com a sociedade na qual está inserida. “Essa discussão serve para refletir sobre diferentes contextos em diferentes épocas, mostrando a árdua luta da conquista de direitos fundamentais para o efetivo processo de inclusão social da pessoa com deficiência.”

Em um dos capítulos, apresenta o Sistema Braile, com símbolos formados pelas combinações de pontos da célula braile, e as medidas dos espaçamentos relativos às células (que variam conforme o país): distância entre os pontos, entre as células, o diâmetro e a altura do ponto na base.

Outra parte trata de métodos de criação de imagens táteis, com as diferentes maneiras de se construir imagens em relevo com legendas em braile. São descritos os materiais e equipamentos empregados em cada um desses métodos e como funcionam, ressaltando as vantagens e as desvantagens que eles apresentam.

O Manual de imagens para deficientes visuais está disponível no Portal de Livros Abertos da USP em:
http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/book/611


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