Iniciativa da USP quer identificar e preservar seus bens culturais

Documento reunirá diretrizes para a preservação e difusão dos patrimônios e práticas culturais da Universidade

 06/07/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 17/07/2017 as 18:32
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Revistas estudantis também são consideradas patrimônios culturais – Foto: João Neves/USP Ribeirão Preto

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Os estudantes da USP que já foram a uma Peruada talvez não saibam, mas a festa é um dos muitos patrimônios culturais da Universidade. O tradicional desfile de rua dos estudantes do curso de Direito é uma das várias manifestações dos bens imateriais da USP.

Quando se fala em patrimônio cultural de uma universidade, é comum a associação apenas com museus e bibliotecas, porém, manifestações de alunos, professores e funcionários consideradas tradicionais também podem se caracterizar como patrimônios.

A USP possui uma gigantesca variedade de bens culturais, como museus, acervos bibliográficos, edifícios, festas, hinos, atividades estudantis, entre outros. A professora Mônica Junqueira de Camargo, diretora do Centro de Preservação Cultural (CPC) da USP, afirma que ainda há pouco conhecimento dessa riqueza. “São mais de 20 bens tombados, acervos e coleções raríssimas e todo um conhecimento científico que é inerente à Universidade e nem sempre os docentes, alunos e funcionários se dão conta do patrimônio que têm.”

Professora Mônica Junqueira de Camargo, diretora do CPC – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

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Pensando nisso, o CPC está elaborando a Carta Patrimonial da USP. Um documento com os objetivos, princípios, diretrizes e recomendações para a identificação, preservação, valorização e difusão dos bens culturais universitários.

Mônica enfatiza que o documento não trará regras para identificação e preservação dos patrimônios culturais, afinal, “cada patrimônio é único e tem sua própria forma de ser identificado e preservado”, mas ajudará a divulgar e cuidar desses bens da Universidade.

Casa de Dona Yayá, prédio tombado da USP – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

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A ausência de conhecimento sobre os bens considerados patrimônios faz com que eles sofram intervenções que afetam o seu valor cultural, segundo a professora. A comunidade uspiana pode ajudar na elaboração da Carta Patrimonial. No dia 14 de junho foi feita a apresentação pública do documento, no Auditório István Jancsó da Biblioteca Mindlin, em que alunos, professores e funcionários puderam participar com sugestões para identificação e preservação desses patrimônios.

Até o dia 31 de julho poderão também ser enviadas sugestões via formulário na internet. As sugestões ou críticas serão analisadas e apresentadas em um fórum que deve ocorrer em agosto.

Edifício Brasiliana – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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Como encontrar um patrimônio na USP

A professora destaca a importância da participação de alunos, professores e funcionários na preservação dos patrimônios já reconhecidos, e também para encontrar novas manifestações culturais que merecem ser listadas.
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Não basta existir a lei de patrimônios, é preciso ter o interesse, mobilizar as pessoas para que elas também queiram que isso seja preservado.
Mônica Junqueira, diretora do Centro de Preservação Cultural (CPC) da USP

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Qualquer membro da comunidade pode pedir a patrimonialização de um bem. Se a pessoa considerar que algum espaço ou atividade é um bem cultural que deve ser reconhecido, ela pode enviar a proposta ao CPC. O centro analisará se é de fato uma representação de alguma cultura da Universidade, para só então inseri-lo na lista de patrimônios culturais. Ao caracterizar algo como patrimônio, a USP assume a responsabilidade de preservar aquela cultura.

“Alguém pode pedir o tombamento do espaço físico da sua unidade e, a partir disso, a Universidade assume que precisa tomar conta do espaço. Então toda intervenção que for feita precisa de critério e ser acompanhada pela Superintendência de Espaço Físico (SEF)”, explica a professora. “Queremos que cada unidade da USP nos diga quais são suas práticas culturais específicas como, por exemplo, alguns institutos dão apelidos aos seus calouros, ou até os seus hinos podem ser tombados, para mapearmos tudo isso.”
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