Disciplina optativa insere a atividade física no currículo de todos os cursos

Neste ano, a disciplina será oferecida pela segunda vez e traz novidades aos estudantes interessados em incorporar a prática de atividades físicas em seu cotidiano

 01/02/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 28/03/2016 as 17:33

Um bom par de tênis e roupas confortáveis são, em resumo, tudo o que uma pessoa precisa para começar a praticar corrida. É por esse motivo, além de todos os benefícios que proporciona à saúde, que a atividade foi o foco da primeira experiência da disciplina “Aspectos Biodinâmicos da Prática Esportiva I”, no segundo semestre de 2015. Iniciativa da Pró-Reitoria de Graduação (PRG), a disciplina, que é optativa e corresponde a dois créditos aula, busca promover um ambiente de integração entre alunos de várias unidades e criar a cultura da prática regular de exercícios físicos.

O professor Antonio Herbert Lancha Junior, da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE), explica que a atividade física pode melhorar o desempenho profissional independente da carreira seguida, e que o objetivo das aulas é fornecer ferramentas para que os alunos incorporem essa prática em seu cotidiano. “A ideia não é criar um ambiente competitivo, treinando vencedores de maratona, mas melhorar o desempenho em relação à própria pessoa, por meio da prática orientada, e acompanhar sua evolução”, afirma Lancha Junior, que é responsável pela disciplina na Cidade Universitária.

Atividade física pode melhorar o desempenho profissional independente da carreira seguida | Foto: Marcos Santos / USP Imagens
Atividade física pode melhorar o desempenho profissional independente da carreira seguida | Foto: Marcos Santos / USP Imagens

O pesquisador acrescenta que a proposta também é estimular a convivência entre estudantes dos diversos cursos da USP, já que após ingressar na Universidade, muitos acabam se dedicando apenas às atividades da própria unidade.

Em 2016, será oferecida a segunda parte da disciplina, desta vez com foco em natação. “E neste ano também teremos aulas de rugby, uma modalidade jovem no país, que serão concentradas em duas semanas”, adianta o professor.

Avaliação e evolução

As aulas também são oferecidas em Piracicaba, São Carlos, Ribeirão Preto e Bauru. Responsável pela disciplina nos campi do interior, o professor Rafael Pombo Menezes conta que o intuito é “plantar uma sementinha” nos alunos, para que tomem gosto pela realização de exercícios físicos de forma regular ao longo da vida. Essa preocupação, relata, foi manifestada pela PRG ao se deparar com dados que apontavam uma grande quantidade de alunos sedentários. E os próprios alunos, por meio de uma pesquisa aplicada pela Liga Atlética Acadêmica da USP (LAAUSP), manifestaram o interesse em uma iniciativa como essa – uma disciplina que, além de estimular a prática esportiva, contasse créditos em sua formação.

A ideia não é criar um ambiente competitivo, treinando vencedores de maratona, mas melhorar o desempenho em relação à própria pessoa.

Esta primeira experiência foi muito positiva, afirma Menezes, que é professor da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP). O perfil dos alunos é variado e, entre eles, o número de iniciantes é grande. As atividades, explica, contemplam diferentes níveis de preparação física, de modo que cada um trabalha dentro de seus limites. “Os alunos são avaliados antes do início do período de treinamento e após, com a ideia de comparar o nível de melhora que eles conseguiram atingir ao longo da disciplina”, esclarece.

Além dos alunos, também os próprios professores e responsáveis pela disciplina farão, neste mês, uma avaliação, mas para verificar os principais desafios encontrados durante as aulas e discutir se são necessários ajustes em relação a número de vagas, critérios de avaliação, modalidades, entre outros aspectos que envolvem as atividades.

Segundo Lancha Junior, a procura pela disciplina foi elevada: 580 inscritos para 500 vagas. Quem não conseguiu participar, pode acompanhar orientações para o exercício nos vídeos da disciplina no portal e-Aulas. O professor adianta que a intenção é ampliar as modalidades e que uma possibilidade é a capoeira. “Trata-se de uma prática nascida no Brasil, com a qual temos um vínculo histórico. E com certeza vai despertar o interesse de alunos que vêm de outros países e querem conhecer melhor nossa cultura”, acredita.


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