Como a biotecnologia pode acabar com a fome no mundo

Evento dias 11 e 12 na USP, em Pirassununga, discute o uso e potencial da área aplicada à produção de alimentos

 05/04/2019 - Publicado há 5 anos
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Conferências terão como foco a biotecnologia aplicada na produção de proteína animal – Foto: Spooky Pooka/Wellcome Images via Visual Hunt

Nos dias 11 e 12 de abril, o campus da USP em Pirassununga receberá especialistas de vários países para discutir como a biotecnologia pode aperfeiçoar a produção de alimentos e ajudar a acabar com a fome no mundo. O evento How Biotechnology Can Vanish World Hunger será transmitido ao vivo pela IPTV USP

O representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) no Brasil, Rafael Zavala, é um dos convidados. Ele vai falar sobre a demanda por alimentos no mundo nos próximos 30 anos. Segurança alimentar, melhoramento de plantas e animais, genômica, entre outros temas, também serão abordados durante o encontro.

O foco é a biotecnologia aplicada na produção de proteína animal, explica Heidge Fukumasu, professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP e um dos organizadores do evento. Segundo o pesquisador, com o crescimento da população a demanda produtiva será cada vez maior e a biotecnologia vai desempenhar um papel importante neste contexto.

“E não é só de transgenia que vive a biotecnologia”, ressalta o professor. Geralmente, a associação que se faz entre biotecnologia e alimentos se restringe à produção de plantas geneticamente modificadas, mas as conferências buscam ampliar essa visão. “Precisamos lembrar que a produção de alimentos não é só relativa a grãos. Esses grãos são feitos, em sua maioria, para alimentar animais, que depois servirão para consumo humano.” A biotecnologia pode também ajudar a lidar com questões como a seleção de animais para melhoramento e como produzir mais alimentos ocupando menos áreas.

Conferências

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Segundo o professor Heidge Fukumasu, o seminário contará com grandes nomes da biotecnologia no mundo. “Conseguimos trazer oito pesquisadores de fora do Brasil, que são excelentes em suas áreas.”

Entre eles, Alison Van Eenennaam, professora do Departamento de Ciência Animal da Universidade da Califórnia, em Davis; John Cole, um dos chefes do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA); e John Hickey, do The Roselin Institute, da Escócia – este instituto foi o responsável pela criação do primeiro mamífero clonado com sucesso que se tem conhecimento, a ovelha Dolly, em 1996.

Pesquisadores brasileiros também darão sua contribuição ao debate. É o caso do professor da Unicamp, Paulo Arruda, que falará sobre biotecnologia aplicada a novos fenótipos na produção de plantas. Também haverá representantes da indústria, como o zootecnista Fábio Dias, da Friboi/JBS.

As 220 vagas para participar presencialmente do evento já foram preenchidas, mas é possível acompanhar pela internet ao vivo. As conferências serão apresentadas em inglês, sem tradução simultânea.

Além do professor Fukumasu, o How Biotechnology Can Vanish World Hunger contou com a organização dos professores da FZEA José Bento Sterman Ferraz e Flávio Vieira Meirelles e do professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, Luiz Lehmann Coutinho. O evento foi financiado pelo programa Grandes Desafios da Ciência, da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP.

Mais informações: http://www.fzea.usp.br/?p=27210

 


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