Carlos Menck, professor da USP, recebe prêmio por orientação científica excepcional

Nature Awards for Mentoring in Science reconhece aqueles que ajudam a moldar a carreira de jovens pesquisadores no Brasil; prêmio 2021 reconheceu ainda Paulo Nussenzveig (USP), Alessandra D’Almeida Filardy (UFRJ) e Waldiceu Aparecido (UEL)

 28/01/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 31/01/2022 as 15:41
Imagem: Freepik.

 

Três cientistas do Brasil foram agraciados com o Nature Awards for Mentoring in Science. O prêmio de 2021 pelo conjunto de realizações em mentoria foi para Carlos Menck, professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP. Já o prêmio por realização em mentoria em meio de carreira foi, em conjunto, para Alessandra D’Almeida Filardy, professora de Imunologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Waldiceu Aparecido Verri, professor associado da Universidade Estadual de Londrina.

De todas as atividades que acontecem no laboratório, talvez a menos comentada e menos premiada seja a de mentoria de jovens pesquisadores. Para reconhecer essa atividade, em 2005 a Nature lançou seus prêmios anuais para orientação científica excepcional. Os prêmios se concentram em um país ou região específica a cada ano, e neste ano o país selecionado foi o Brasil.

Lançado em 2005, o Nature Awards for Mentoring in Science é concedido anualmente para orientação científica excepcional. Os prêmios reconhecem aqueles que apoiam pesquisadores em início de carreira em seu desenvolvimento e convidam ex-alunos para indicar um mentor que tenha contribuído significativamente para sua trajetória profissional. A cada ano, o prêmio se concentra em diferentes locais, garantindo que aqueles que apoiam o desenvolvimento da ciência em todos os cantos do mundo tenham a oportunidade de ser reconhecidos.

O professor Carlos Menck do ICB – Foto: Reprodução/Canal USP

Falando de seu prêmio pelo conjunto da vida, o professor Menck comentou: “Estou muito feliz por ser reconhecido como mentor pelo Nature Awards e por ter sido indicado pela comunidade da qual valorizo ​​fazer parte. Para mim, ser um mentor eficaz significa criar confiança recíproca entre mim e meus alunos. A maioria dos meus alunos são agora meus amigos para a vida. Essa é a conquista mais essencial que eu poderia obter como mentor”.

Menck orientou 13 mestrados, 37 teses de doutorado e 22 bolsistas de pós-doutorado. De acordo com a publicação, os alunos que o indicaram elogiaram seu “enorme esforço em fomentar a ciência no Brasil” e seu trabalho em “trazer alunos de instituições menores e carentes para seu laboratório”.

“Acredito que trabalhar diretamente com questões científicas faz com que os alunos aprendam não apenas habilidades técnicas, mas principalmente o modo de raciocínio e os conceitos que são investigados. Isso é pensar e aprender com a ciência”, afirmou Menck.

Os jurados deste ano também reconheceram o professor Paulo Nussenzveig com uma menção especial, em reconhecimento ao seu compromisso ao longo da vida com a orientação. Refletindo o calibre dos indicados ao prêmio pelo conjunto da obra, Nussenzveig, que é professor do Instituto de Física da USP, orientou 11 alunos de doutorado. Ele foi elogiado por pressionar seus estudantes a serem cientificamente rigorosos e sempre questionarem seus resultados.

Cada prêmio acompanha uma quantia em dinheiro, no valor de US$ 10 mil, que será compartilhado pelos vencedores em conjunto.

De acordo com a editora-chefe da Nature e presidente do júri, Magdalena Skipper, “os mentores desempenham um papel fundamental para ajudar a forjar o futuro da ciência por meio de seu apoio a seus aprendizes e estamos muito satisfeitos que o Nature Awards for Mentoring in Science possa destacar o valor de seu tempo e compromisso”.

Ao lado de Magdalena Skipper, o júri foi composto pela professora Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical da USP, Daniel Mucida, da Universidade Rockefeller e professora Marcia Castro, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Harvard.

DNA do premiado

Menck possui graduação em Biologia e doutorado em Bioquímica (1982) pela USP sob orientação de Rogério Meneghini. Após um período como professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, fez um pós-doutorado de três anos no Institut de Recherche sur le Cancer, Villejuif, França, sob a orientação de Alain Sarasin. Em 1988, retornou a São Paulo, já como professor da USP.

Seu principal interesse é como as capacidades de reparo do DNA estão envolvidas na mutagênese e morte celular, que, nos organismos, estão diretamente envolvidas nos processos de carcinogênese e envelhecimento. Além disso, ele está investigando como a luz solar (ultravioleta) induz danos no DNA e a resposta celular em células humanas. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Genética e da Sociedade Brasileira de Mutagênese e Genômica Ambiental. É pesquisador sênior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), membro titular da Academia Brasileira de Ciências e da TWAS (The World Academy of Sciences).

Foi condecorado com a Classe de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, pelo presidente da República do Brasil. Seu trabalho tem sido possível devido à contribuição de alunos e pós-doutorandos, que são os principais atores no desenvolvimento de seus projetos científicos.

Com informações da Nature


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