Alunos de engenharia projetam veículo portátil para idosos

Projeto da Escola Politécnica da USP foi destaque em premiação sobre mobilidade no México

 09/11/2017 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 16/11/2017 as 10:32
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Alunos e professor Marcelo Alves posam com design do veículo criado – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Uma equipe de alunos da Escola Politécnica (Poli) da USP, em parceria com outras seis instituições, realizou projetos e pesquisas que resultaram em um protótipo de veículo automotivo específico para idosos. Pelo trabalho, o time conquistou o segundo prêmio geral no 2017 Pace Annual Forum, em Toluca, no México.

“O Pace seria como um grupo de extensão de uma universidade, não necessariamente brasileira ou da USP. O programa tem como objetivo juntar as instituições em um time para desenvolver um projeto de mobilidade urbana, o que envolve muita colaboração e superação de obstáculos, como a língua e a cultura de diferentes nações”, disse Débora Takeshita, aluna de Engenharia Química e uma das participantes da equipe vice-campeã.

A ideia dos estudantes de Engenharia da Universidade consiste em um veículo portátil voltado para o público mais velho habitante nas grandes cidades brasileiras. Especialmente projetado para percorrer pequenas distâncias com comodidade e praticidade, o aparelho oferece duas opções de pilotagem: um modo “esportivo”, com guidões que lembram aqueles de uma motocicleta, e um modo mais inovador, que permite o controle através de joysticks e do uso dos pés.

O projeto tem como objetivo permitir que o veículo, após a chegada ao destino, entre em modo compacto, assemelhando-se a uma mala – o que facilitaria o transporte da máquina por parte do dono.

Em relação à velocidade, o dispositivo foi concebido para alcançar os 20 km/h, o que o torna incompatível com as ruas de São Paulo, por exemplo. Assim, o plano consiste em reservar para o veículo a possibilidade de se locomover em ciclovias, ciclofaixas e calçadas.

Entre os dias 23 e 27 de julho, a equipe da USP trabalhou em cooperação com alunos do Instituto Mauá de Tecnologia e com estudantes dos Estados Unidos, da Alemanha e da Índia. Sob supervisão do professor Marcelo Alves, do Centro de Engenharia Automotiva do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, e de docentes de outras instituições, o time realizou esforços que resultaram em um destaque na competição.

Estudantes da Poli durante a competição em Toluca, México – Foto: Camila Mariano, aluna da FEI

A presença do professor não foi apenas uma formalidade, mas serviu de apoio e foi essencial para os alunos. “Quando temos alguma dúvida relacionada à engenharia, ele nos ajuda. No fórum, ele foi crucial com as orientações e dicas. A presença dele foi muito importante para a gente”, afirmou Matheus Sato, estudante de Engenharia da Computação.

O desafio para transporte individual Puma (Personal Urban Mobility Access) dura dois anos. Para a primeira metade da competição,  o grupo estudou o mercado brasileiro e as grandes cidades, com foco em São Paulo, para melhor entender as necessidades da população idosa. A pesquisa resultou em duas propostas de veículos portáteis que buscam atender aos requisitos dos indivíduos brasileiros de 53 a 71 anos.

E a sensação de terem sido bem-sucedidos tomou conta do time: “Nós sentimos que fizemos algo realmente inovador”, expressou Pedro Henrique Pavelski, que estuda Engenharia Mecânica e participou do grupo no fórum.

Apesar da grande vitória, a equipe teve que superar vários obstáculos para alcançar o resultado final. “Uma das maiores dificuldades foi lidar com os outros participantes em termos de cultura. Tivemos que lidar com alguns choques culturais e relacionados à comunicação, especialmente com os participantes vindos da Índia e da Alemanha. Fazer esse trabalho inteiro a distância também foi complicado”, comentou o professor Alves. Já para Sophia Pawlaski, aluna de Engenharia de Produção e integrante da equipe, a parte mais difícil foi resumir, em 40 minutos, um trabalho que levou um ano inteiro para ser concluído.

Para o ano que vem, os estudantes da Poli esperam realizar melhorias em seus projetos e apresentar um protótipo ainda melhor para a banca. Em 2018, a competição reunirá estudantes da USP, do Instituto Mauá de Tecnologia e do Centro Universitário FEI na sede da General Motors, em Michigan, Estados Unidos. “Para o ano que vem, o desafio é maior ainda”, comenta Sophia.


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